Sábado, 27 de junho de 2020

(Lm 2,2.10-14.18-19; Sl 73[74]; Mt 8,5-17) 

12ª Semana do Tempo Comum.

“Levanta-te, chora na calada da noite, no início das vigílias, derrama o teu coração, como água, diante do Senhor; ergue as mãos para ele, pela vida de teus pequeninos, que desfalecem de fome em todas as encruzilhadas” Lm 2,19.

“O Livro das Lamentações é formado por cinco cânticos fúnebres compostos após a queda de Jerusalém, acontecida em 586 a.C. por obra de Nabucodonosor. O povo está disperso e não tem pontos de referência, o Templo está destruído e não há liturgia. Quando tudo parece perdido e a Aliança parece ter-se tornado vã, Israel compreende que os dolorosos fatos acontecidos têm um significado: então chora a sua cidade e os seus filhos, mas na confiança de que Deus não falta à sua Palavra e levantará o povo que volta para Ele o seu coração. O problema de fundo, agudo e lancinante também para o crente, pode sacudir os alicerces da fé. Deus será indiferente ou injusto, se permite o mal? Deus não existe, se o mal atinge o inocente? A lamentação, corajosamente, descreve a ação ‘sem compaixão’ com que Deus destruiu Jerusalém, uma ação desapiedada que parece renegar o amor. As crianças desfalecem ao colo de suas mães (cf. v. 12), o luto e a aflição não têm fim. Aquele que entoa a lamentação está desfeito até às entranhas, devido à ruina do seu povo, porque Deus parece ter-Se tornado inimigo sem piedade. Apesar disso, o lamento não se fecha no desespero. Existe um sentido na História: o mal é de algum modo fruto da iniquidade do homem, e o Senhor tolera-o como dolorosa consequência da livre vontade humana, mas está pronto ao perdão e à pacificação se Jerusalém clamar a Ele de coração e sem tréguas. Mesmo na profundidade da angústia, o crente sabe que Deus é fiel, e tudo n’Ele encontrará paz” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum] – Paulus).

 

São Cirilo de Alexandria, bispo e doutor da Igreja. Nasceu em 370. De 412 a 444, ano de sua morte, teve nas mãos, com toda a firmeza, as rédeas da Igreja do Egito, empenhando-se ao mesmo tempo, numa das épocas mais difíceis da história da Igreja do Oriente, na luta pela ortodoxia, em nome do papa são Celestino. Nesta firmeza no serviço da doutrina e na coragem demonstrada na defesa da verdade católica está a santidade do batalhador bispo de Alexandria, embora tardiamente reconhecida, ao menos no Ocidente. De fato, somente no pontificado de Leão XIII o seu culto foi estendido a toda a Igreja latina e lhe foi atribuído o título de doutor. Participou do Concílio de Éfeso. Teólogo de olhar penetrante, foi ao mesmo tempo um pastor vigiante das almas. De fato, ao lado dos tratados estritamente doutrinais, temos dele 156 homilias sobre são Lucas, de caráter pastoral e prático, e as mais conhecidas Cartas Pastorais, expressas em 26 homilias pascais.   

 Pe. João Bosco Vieira Leite