(1Rs 21,17-29; Sl 50[51]; Mt 5,43-48)
11ª Semana Comum.
“Porque, se amais
somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis?
Os cobradores de
impostos não fazem a mesma coisa?” Mt 5,46.
“No ‘toma lá, dá cá’
da vida nada é aprendido como novo. Ama-se o amigo e odeia-se o inimigo. Ação
positiva, reação positiva. Ação negativa, reação negativa. Tudo lógico, nada de
novo. Assim eram os cobradores de impostos no tempo de Jesus que favoreciam
pessoas que colaboravam com seus enriquecimentos ilícitos. Os pagãos faziam o
mesmo. Jesus ensinou uma reação inesperada: amar o inimigo, orar pelos que vos
perseguem, saudar os estrangeiros. Estas seriam credenciais dos filhos de Deus.
Atitudes proativas, altruístas, diferenciadas e verdadeiras. A recompensa
humana não está centrada nas benesses humanas ou vantagens pessoais terrenas,
mas na espiritual que acompanha a graça divina e vê ‘nascer o seu sol
igualmente sobre maus e bons e cair a chuva sobre justos e injustos’. Outra
recompensa é saber que, agindo assim, os cristãos estariam vislumbrando a
proximidade com o Deus Pai perfeito. O amor é dom supremo. ‘É paciente, é
bondoso, não arde em ciúmes, não se ufana, não ensoberbece, não se conduz
inconvenientemente, não procura seus interesses, não se exaspera, não se
ressente do mal, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade,
tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta’. Ser filho de Deus é ter todas
as possibilidades de aprender e agir contrariamente às lógicas humanas. É ter
consciência de ser autêntico representante do Pai celestial aqui na terra.
– Vem rica graça dar, e força para amar com zelo e ardor. Por mim foi
teu morrer. Vem, faze o amor arder, fiel e puro ser por ti, Senhor. Amém” (Arnaldo
Hoffmann Filho – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).
Santo do Dia:
São Ciro e Santa Julita, mártires. Santa Julita
vivia em Icônio, com seu filho Ciro, de três anos, quando o govenador de
Licaônia, Domiciano, iniciou a perseguição deflagrada por Diocleciano. Julita
procurou primeiro refúgio em Selêucia e depois em Tarso. Em Tarso, Julita foi
detida por ordem do governador da Cilícia, Alexandre. Ela se declarou cristã;
começou aí seu martírio. Possuímos várias narrativas do martírio de santa
Julita e de são Ciro, alguns muitos diferentes entre si. Seja como for, tendo
se declarado cristã, foi flagelada na presença do filho, segurado pelo
governador Alexandre. Mesmo em meio ao sofrimento não deixou de se declarar
cristã. O seu jovem filho também se declarava cristão e tentava escapar das
mãos do governador. Este o jogou violentamente sobre os degraus do tribunal,
tendo então se quebrado o seu crânio. Julita agradecia a Deus por ver seu filho
morrer dando testemunho da fé. Por fim ela foi decapitada. O curioso da vida
desses mártires é que Julita acaba no esquecimento enquanto a culto a Ciro se espalha
por toda a cristandade. Nenhuma igreja dedicada a Ciro faz referência a santa
Julita. Embora muito se discuta sobre o seu país de origem, assim como seu
relacionamento com santa Julita, o fato é que a devoção é muito grande em
vários países e seu nome se torna popular.
Pe. João Bosco Vieira Leite