Terça, 16 de junho de 2020

(1Rs 21,17-29; Sl 50[51]; Mt 5,43-48) 

11ª Semana Comum.

“Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis?

Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa?” Mt 5,46.

“No ‘toma lá, dá cá’ da vida nada é aprendido como novo. Ama-se o amigo e odeia-se o inimigo. Ação positiva, reação positiva. Ação negativa, reação negativa. Tudo lógico, nada de novo. Assim eram os cobradores de impostos no tempo de Jesus que favoreciam pessoas que colaboravam com seus enriquecimentos ilícitos. Os pagãos faziam o mesmo. Jesus ensinou uma reação inesperada: amar o inimigo, orar pelos que vos perseguem, saudar os estrangeiros. Estas seriam credenciais dos filhos de Deus. Atitudes proativas, altruístas, diferenciadas e verdadeiras. A recompensa humana não está centrada nas benesses humanas ou vantagens pessoais terrenas, mas na espiritual que acompanha a graça divina e vê ‘nascer o seu sol igualmente sobre maus e bons e cair a chuva sobre justos e injustos’. Outra recompensa é saber que, agindo assim, os cristãos estariam vislumbrando a proximidade com o Deus Pai perfeito. O amor é dom supremo. ‘É paciente, é bondoso, não arde em ciúmes, não se ufana, não ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta’. Ser filho de Deus é ter todas as possibilidades de aprender e agir contrariamente às lógicas humanas. É ter consciência de ser autêntico representante do Pai celestial aqui na terra. – Vem rica graça dar, e força para amar com zelo e ardor. Por mim foi teu morrer. Vem, faze o amor arder, fiel e puro ser por ti, Senhor. Amém” (Arnaldo Hoffmann Filho – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).

 

Santo do Dia:

São Ciro e Santa Julita, mártires. Santa Julita vivia em Icônio, com seu filho Ciro, de três anos, quando o govenador de Licaônia, Domiciano, iniciou a perseguição deflagrada por Diocleciano. Julita procurou primeiro refúgio em Selêucia e depois em Tarso. Em Tarso, Julita foi detida por ordem do governador da Cilícia, Alexandre. Ela se declarou cristã; começou aí seu martírio. Possuímos várias narrativas do martírio de santa Julita e de são Ciro, alguns muitos diferentes entre si. Seja como for, tendo se declarado cristã, foi flagelada na presença do filho, segurado pelo governador Alexandre. Mesmo em meio ao sofrimento não deixou de se declarar cristã. O seu jovem filho também se declarava cristão e tentava escapar das mãos do governador. Este o jogou violentamente sobre os degraus do tribunal, tendo então se quebrado o seu crânio. Julita agradecia a Deus por ver seu filho morrer dando testemunho da fé. Por fim ela foi decapitada. O curioso da vida desses mártires é que Julita acaba no esquecimento enquanto a culto a Ciro se espalha por toda a cristandade. Nenhuma igreja dedicada a Ciro faz referência a santa Julita. Embora muito se discuta sobre o seu país de origem, assim como seu relacionamento com santa Julita, o fato é que a devoção é muito grande em vários países e seu nome se torna popular. 

Pe. João Bosco Vieira Leite