(2Tm 3,10-17; Sl 119[118]; Mc 12,35-37)
9ª Semana do Tempo Comum.
“Jesus ensinava no
templo, dizendo: ‘Como é que os mestres da lei dizem que o Messias é filho de
Davi?’”
Mc 12,35.
“A espera messiânica
em sentido davídico devia ser muito sentida no tempo de Jesus, porque
alimentava a esperança de vingança no que dizia respeito à ocupação romana. O
Messias, ‘filho de Davi’ (v. 35), haveria de assumir a missão de libertador
político. Por detrás das palavras de Jesus no Evangelho de hoje, que numa
leitura superficial poderia parecer uma disputa evangélica vazia, está na
realidade uma pergunta de fundamental importância: não tanto quem será o
Messias, mas que tipo de Messias deveria esperar. Jesus teve de precaver-Se dos
falsos entusiasmos que nesse sentido Ele poderia suscitar. A insistência no
chamado ‘segredo messiânico’ (cf. Mc 1,34), o ensinamento aos discípulos na
viagem da Galileia para Jerusalém com os anúncios da paixão (cf. Mc 8,31;
9,31-32; 10,33-34), mostram a Sua preocupação em fazer entender o tipo de
messianismo que Ele realizava: não era o libertador político, mas o fiel
executor da vontade salvífica de Deus, a qual previa a humilhação do Filho de
Deus para partilhar a condição humana. Já Pedro e os outros Apóstolos tinham
ficado surpreendidos perante a imagem de um Messias humilhado e sofredor. Agora
que Jesus está em Jerusalém, no átrio do Templo, no coração do judaísmo, e os
Seus adversários estão para realizar os seus planos, Ele coloca uma pergunta
destinada a fazer refletir os Seus interlocutores e a nada dar como certo na
interpretação das Escrituras, assim como a não desvendar a forma como Deus
realizará as Suas promessas” (Giuseppe Casarin – Lecionário
Comentado [Tempo Comum] – Paulus).
Santo do Dia:
São Bonifácio, bispo e mártir.
Bonifácio ou Winfrid parece que pertencia a uma nobre família inglesa do
Devonshire, onde nasceu em 673 (ou 680). Professou a regra monástica na abadia
de Exeter e de Nursling, antes de dar início à evangelização das populações
germânicas do além-Reno. Em três anos percorreu grande parte do território
germânico. Também os saxões responderam com entusiasmo à sua pregação. Chamado
a Roma, recebeu do papa a consagração episcopal e o novo nome de Bonifácio.
Como sede episcopal escolheu a cidade de Mogúncia, mas expressou o desejo de
ser sepultado em Fulda, abadia por ele fundada. Já velho, mas sempre
infatigável, voltou novamente para Frísia. Acompanhavam-no uns 50 monges. A 5
de junho de 754 havia marcado encontro com um grupo de catecúmenos em Dukkum.
Era dia de Pentecostes. No início da celebração da Missa os missionários foram
assaltados por um grupo de frisões armados de espadas. “Não temam – disse
Bonifácio aos companheiros – todas as armas deste mundo não podem matar a nossa
alma”. Quando a espada de um infiel estava para atingir seu corpo, ele tentou
rebater com o Evangelho, mas o adversário derrubou o livro e cortou-lhe a
cabeça.
Pe. João Bosco Vieira Leite