Quinta, 18 de junho de 2020

(Eclo 48,1-15; Sl 96[97]; Mt 6,7-15) 

11ª Semana Comum.

“De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometerem,

vosso Pai que está nos céus também vos perdoará” Mt 6,14.

“A medida do amor e da misericórdia de Deus não é dependente da nossa própria misericórdia, mas a supera substancialmente. Isso significa que Deus nos ama sempre, que Ele nos perdoa mesmo quando somos incapazes de fazer o mesmo, pois sua misericórdia não tem limite algum. Entretanto, o perdão é, antes, um processo. Lembra muito o caminho do filho pródigo (Lc 15,11-32), que, para voltar para casa, precisa antes perdoar a si mesmo. Mesmo o amor do Pai estando desde o início o esperando, o filho precisava encontrar em si mesmo coragem e força suficientes para aceitar esse perdão. Para isso foi preciso vencer seu orgulho. Para aceitar o perdão precisamos vencer nosso orgulho, e isso não significa apenas admitir que erramos, mas principalmente admitir que não damos conta de tudo sozinho, que não somos autossuficientes nem autorreferentes. E isso é muito difícil, doloroso para o ego, dá trabalho. Esses passos são muito similares aos necessários para perdoarmos de verdade. Perdão que não é mera concessão de absolvição, ou revogação de pena. Perdoar de verdade exige reconhecer no outro um valor maior que o dano, que a ofensa, que nosso orgulho ferido ou magoado. Em outras palavras, perdoar de verdade é também um processo que aprendemos a nos familiarizar com o inverso, com o sermos perdoados. Livres de qualquer legalismo, vivenciando a realidade nova dos filhos e filhas amados de Deus, que se amam, respeitam e cuidam entre si. – Fonte de misericórdia e do perdão, Tu, Senhor, és quem dá sentido ao gesto de perdoar e quem o torna possível ao ser humano. A força necessária para sairmos de nós mesmos, vencermos nosso orgulho e teimosia, ela vem de ti. Queremos abrir espaço em nossos corações para essa experiência de doação total, de amor incondicional que transforma a própria realidade em Reino de Deus, reino de paz e do perdão. Amém! (Clauzemir Makximovitz – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 

Santo do Dia:

Santa Juliana de Falconieri, virgem. Nasceu em 1270, filha de Caríssimo e Ricordata. Caríssimo era irmão de são Alexis Falconieri, um dos fundadores dos Servitas. Este faleceu pouco tempo depois do nascimento da filha e era um homem caridoso. Juliana recebeu o hábito da ordem terceira na Congregação dos Servitas em 1284, dado por São Filipe Benício. Praticava penitências. Após a morte de sua mãe, ocupou-se em reunir aquelas que, querendo se consagrar a Deus como ela, viviam com suas famílias. O Papa Bento XI, em1304, declarou essa Congregação uma verdadeira ordem religiosa. Dois anos mais tarde, Juliana aceitou ser superiora. Procurava sempre os serviços mais humildes, mulher de profunda oração. Pacificou discórdias civis, interessou-se pelos pobres e doentes, que ela curava ao contato de suas mãos. Morreu em 19 de junho de 1341 com uma doença de estomago em que não suportava alimento algum, nem mesmo a comunhão. Suplicou que colocassem um corporal sobre seu peito e nele a santa hóstia. Esta assim que foi depositada, desapareceu. Enquanto preparavam seu corpo para o sepultamento, encontrou-se sobre o coração da Santa, a marca da hóstia como um selo, com a imagem de Jesus crucificado. Em memória desse milagre, as irmãs trazem sobre o lado esquerdo do escapulário a imagem de uma hóstia.

Pe. João Bosco Vieira Leite