(Eclo 48,1-15; Sl 96[97]; Mt 6,7-15)
11ª Semana Comum.
“De fato, se vós
perdoardes aos homens as faltas que eles cometerem,
vosso Pai que está
nos céus também vos perdoará” Mt 6,14.
“A medida do amor e
da misericórdia de Deus não é dependente da nossa própria misericórdia, mas a
supera substancialmente. Isso significa que Deus nos ama sempre, que Ele nos
perdoa mesmo quando somos incapazes de fazer o mesmo, pois sua misericórdia não
tem limite algum. Entretanto, o perdão é, antes, um processo. Lembra muito o
caminho do filho pródigo (Lc 15,11-32), que, para voltar para casa, precisa
antes perdoar a si mesmo. Mesmo o amor do Pai estando desde o início o
esperando, o filho precisava encontrar em si mesmo coragem e força suficientes
para aceitar esse perdão. Para isso foi preciso vencer seu orgulho. Para
aceitar o perdão precisamos vencer nosso orgulho, e isso não significa apenas
admitir que erramos, mas principalmente admitir que não damos conta de tudo
sozinho, que não somos autossuficientes nem autorreferentes. E isso é muito
difícil, doloroso para o ego, dá trabalho. Esses passos são muito similares aos
necessários para perdoarmos de verdade. Perdão que não é mera concessão de
absolvição, ou revogação de pena. Perdoar de verdade exige reconhecer no outro
um valor maior que o dano, que a ofensa, que nosso orgulho ferido ou magoado.
Em outras palavras, perdoar de verdade é também um processo que aprendemos a
nos familiarizar com o inverso, com o sermos perdoados. Livres de qualquer
legalismo, vivenciando a realidade nova dos filhos e filhas amados de Deus, que
se amam, respeitam e cuidam entre si. – Fonte de misericórdia e do
perdão, Tu, Senhor, és quem dá sentido ao gesto de perdoar e quem o torna
possível ao ser humano. A força necessária para sairmos de nós mesmos,
vencermos nosso orgulho e teimosia, ela vem de ti. Queremos abrir espaço em
nossos corações para essa experiência de doação total, de amor incondicional
que transforma a própria realidade em Reino de Deus, reino de paz e do perdão.
Amém!” (Clauzemir Makximovitz – Meditações para o dia a dia
[2017] – Vozes).
Santo do Dia:
Santa Juliana de
Falconieri, virgem. Nasceu em 1270, filha de Caríssimo e Ricordata. Caríssimo era
irmão de são Alexis Falconieri, um dos fundadores dos Servitas. Este faleceu
pouco tempo depois do nascimento da filha e era um homem caridoso. Juliana
recebeu o hábito da ordem terceira na Congregação dos Servitas em 1284, dado
por São Filipe Benício. Praticava penitências. Após a morte de sua mãe, ocupou-se
em reunir aquelas que, querendo se consagrar a Deus como ela, viviam com suas
famílias. O Papa Bento XI, em1304, declarou essa Congregação uma verdadeira
ordem religiosa. Dois anos mais tarde, Juliana aceitou ser superiora. Procurava
sempre os serviços mais humildes, mulher de profunda oração. Pacificou
discórdias civis, interessou-se pelos pobres e doentes, que ela curava ao
contato de suas mãos. Morreu em 19 de junho de 1341 com uma doença de estomago
em que não suportava alimento algum, nem mesmo a comunhão. Suplicou que
colocassem um corporal sobre seu peito e nele a santa hóstia. Esta assim que
foi depositada, desapareceu. Enquanto preparavam seu corpo para o sepultamento,
encontrou-se sobre o coração da Santa, a marca da hóstia como um selo, com a
imagem de Jesus crucificado. Em memória desse milagre, as irmãs trazem sobre o
lado esquerdo do escapulário a imagem de uma hóstia.
Pe. João Bosco Vieira Leite