Quarta, 10 de junho de 2020

(1Rs 18,20-39; Sl 15[16]; Mt 5,17-19) 

10ª Semana do Tempo Comum.

“Não penseis que vim abolir a lei e os profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento” Mt 5,17.

“Abolir leis e profetas poderiam indicar liberdade, desprendimento, porém não é assim que isto se processa na prática. Advogar total liberdade é querer desordem, ser libertino, perder os limites do convívio coletivo. Jesus afirmou seu compromisso em não abolir a Lei e os Profetas. Abolir estes conteúdos seria equivalente em desqualificar todas as manifestações ocorridas na história do povo de Israel. Os Dez Mandamentos e todos os estatutos e juízos teriam que ser descartados. As profecias a respeito da vinda de Jesus ficariam comprometidas. Ele veio completar, dar sentido a tudo, dar-lhe, pelo seu ensinamento e pelo seu comportamento, uma forma nova e definitiva. A morte de Cristo na cruz foi o ‘está completado’ da Lei e Profetas e, a partir deste ocorrido, amplia-se os conceitos de justiça. O amor, em que já se resumia a Lei antiga, torna-se o mandamento novo de Jesus e o cumprimento de toda a Lei. Todo ser humano que conhece Jesus fica naturalmente motivado a viver a fé. Conhece mais sua realidade de pecado e refugia-se no manto da justiça de Cristo. A Lei continua santa quando expressa um basta, espelha sua realidade e orienta o caminho viável. Os profetas indicam a possibilidade real de viver a vida santa e justa a partir do Cristo que tudo fez cumprindo a Lei e os Profetas. Não serão propostas esdrúxulas de falsa liberdade que darão consolo para as pessoas. Conhecer e ampliar os conceitos que a Lei e os Profetas oferecem é entender o cumprimento daquilo que faltava – Jesus. Este, sim, possibilita viver uma fé estável e um convívio adequado com outras pessoas. – Senhor, Tu fostes habitação no tempo que passou. Vem, fala à nossa geração, que, cega, te deixou. Os nossos passos vem guiar na escuridão atroz; vem, faze em nós brilhar: que ouçam a tua voz. Amém (Arnaldo Hoffmann Filho – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).

 

Santo do Dia:

Santa Alice, virgem. É uma das três ‘Alice’ presente em nosso martirológico (elenco dos santos canonizados da Igreja Católica). Nascida perto de Bruxelas, no início do século XIII, mostrou-se desde pequena dotada de inteligência e espírito precoces. Aos 7 anos foi acolhida na abadia beneditina feminina de Cambre, na Bélgica, onde maravilhou as religiosas por sua memória excepcional e por sua ardente piedade. Aos 9 anos, o vento do milagre começou a soprar em torno dela. Infelizmente, ainda jovem, contraiu a lepra. O mosteiro teve que isolá-la em um sótão, onde passou o restante de sua vida. Esse acabou sendo seu purgatório em terra. Suas dores foram consoladas por companhias celestes e aliviadas por uma profunda devoção ao Sagrado Coração de Jesus, muito antes que a devoção fosse aprovada pela Igreja. E, em 1249, já reduzida a condições extremas, foi-lhe dada a unção dos enfermos. Mas ela agonizou por um ano inteiro. Morreu em 11 de junho de 1250. 

 Pe. João Bosco Vieira Leite