Sábado, 13 de junho de 2020

(1Rs 19,19-21; Sl 15[16]; Mt 5,33-37) 

10ª Semana do Tempo Comum.

“Seja o vosso ‘sim’ sim, e o vosso ‘não’ não. Tudo o que for além disso vem do maligno” Mt 5,37.

“Jurar significa tomar Deus como fiador da verdade de uma afirmação. Isso pressupõe a mentira como uma possibilidade e realidade profundamente humanas. O Antigo Testamento conta com essa realidade até o ponto do juramento falso em nome de Deus. Isso não significa menos que o abuso do nome Iahweh. Jesus parte também da santidade do nome de Deus, isto é, do temor perante o ser de Deus. Aquele que em Mt 6 é chamado de Pai e é designado como o Deus da aliança é, ao mesmo tempo, o Santo indisponível. Ambos exigem veneração pela palavra que a ele se refere e, ao mesmo tempo, o respeito pelo co-cristão e pelo semelhante, a quem ‘por amor de Deus’, não se deve enganar nem mentir. ‘Com efeito, onde a palavra humana é falsificada, de forma que um sim, em determinadas circunstâncias, pode também significar um não, e um não, sim, toda comunhão está arruinada’. Por fim, exige-se uma veracidade que, ultrapassando o juramento, tenha validade para todos os campos da vida. [...] Portanto, não se trata primeiramente da questão formal: devo ou não jurar, pois a proibição visa, afinal, à veracidade absoluta do cristão em cada palavra e acima de tudo à veracidade de seu ser em relação a Deus, aos semelhantes e a si mesmo! Esse universo humano, porém, ainda não existe, sequer em forma de Igreja. Portanto, da parte do cristão, não há motivo algum para autossatisfação ou auto justificação; antes, motivo para revisão constante da vida pessoal e eclesial no sentido do ensinamento do Senhor” (Franz Zeilinger – Entre o Céu e a Terra – Paulinas).

 

Santo do Dia:

Santo Antônio de Pádua, presbítero e doutor da Igreja. Antônio, cujo nome de registro é Fernando de Bulhões e Taveira de Azevedo, nasceu em Lisboa em 1195. Entrou aos 15 anos no colégio dos cônegos regulares de santo Agostinho. Em apenas nove meses aprofundou tanto a Sagrada Escritura que foi chamado mais tarde por Gregório IX ‘arca do Testamento’. Uniu à cultura teológica a filosofia e a científica, muito vivas pela influência da filosofia árabe. Sua entrada na Ordem Franciscana se deu a presenciar a chegada dos corpos dos mártires do Marrocos que tinham ido evangelizar os infiéis. Na ordem recebeu o nome de Antônio Olivares. Seguindo os passos dos mártires foi para o Marrocos, onde pode ficar apenas alguns dias por causa de sua hidropisia, um acidente arrastou a embarcação para as costas sicilianas. Morou alguns meses em Messina, no convento franciscano, cujo prior o levou consigo a Assis para o Capítulo Geral e onde ele conheceu Francisco. Daí foi designado para a província franciscana da Romagna e viveu a vida eremítica num convento perto de Forli. Incumbido das humildes funções de cozinheiro, frei Antônio viveu na obscuridade até que seus superiores, percebendo seus extraordinários dons de pregador, enviaram-no pela Itália setentrional e pela França a fim de pregar nos lugares onde a heresia dos albigenses era mais forte. Antônio teve finalmente uma morada fixa no convento de Arcella, a um quilômetro dos muros de Pádua. Daí saia para pregar onde quer que fosse chamado. Em 1231, o ano em que sua pregação atingiu o vértice de intensidade e se caracterizou por conteúdos sociais, Antônio foi atingido por uma doença inesperada e foi transportado do convento de Camposampiero a Pádua num carro de feno. Morreu em Arcella a 13 de junho de 1231. ‘O santo’ por antonomásia, como era chamado em Pádua, foi canonizado em Pentecostes de 1232, apenas um ano após a morte, apoiado por uma popularidade que sempre crescia de época em época.

 Pe. João Bosco Vieira Leite