(1Rs 19,19-21; Sl 15[16]; Mt 5,33-37)
10ª Semana do Tempo Comum.
“Seja o vosso ‘sim’
sim, e o vosso ‘não’ não. Tudo o que for além disso vem do maligno” Mt 5,37.
“Jurar significa
tomar Deus como fiador da verdade de uma afirmação. Isso pressupõe a mentira
como uma possibilidade e realidade profundamente humanas. O Antigo Testamento
conta com essa realidade até o ponto do juramento falso em nome de Deus. Isso
não significa menos que o abuso do nome Iahweh. Jesus parte também da santidade
do nome de Deus, isto é, do temor perante o ser de Deus. Aquele que em Mt 6 é
chamado de Pai e é designado como o Deus da aliança é, ao mesmo tempo, o
Santo indisponível. Ambos exigem veneração pela palavra que a ele se refere e,
ao mesmo tempo, o respeito pelo co-cristão e pelo semelhante, a quem ‘por amor
de Deus’, não se deve enganar nem mentir. ‘Com efeito, onde a palavra humana é
falsificada, de forma que um sim, em determinadas circunstâncias, pode também
significar um não, e um não, sim, toda comunhão está arruinada’. Por fim,
exige-se uma veracidade que, ultrapassando o juramento, tenha validade para
todos os campos da vida. [...] Portanto, não se trata primeiramente da questão
formal: devo ou não jurar, pois a proibição visa, afinal, à veracidade absoluta
do cristão em cada palavra e acima de tudo à veracidade de seu ser em relação a
Deus, aos semelhantes e a si mesmo! Esse universo humano, porém, ainda não
existe, sequer em forma de Igreja. Portanto, da parte do cristão, não há motivo
algum para autossatisfação ou auto justificação; antes, motivo para revisão
constante da vida pessoal e eclesial no sentido do ensinamento do Senhor” (Franz
Zeilinger – Entre o Céu e a Terra – Paulinas).
Santo do Dia:
Santo Antônio de
Pádua, presbítero e doutor da Igreja. Antônio, cujo nome de registro é
Fernando de Bulhões e Taveira de Azevedo, nasceu em Lisboa em 1195. Entrou aos
15 anos no colégio dos cônegos regulares de santo Agostinho. Em apenas nove meses
aprofundou tanto a Sagrada Escritura que foi chamado mais tarde por Gregório IX
‘arca do Testamento’. Uniu à cultura teológica a filosofia e a científica,
muito vivas pela influência da filosofia árabe. Sua entrada na Ordem
Franciscana se deu a presenciar a chegada dos corpos dos mártires do Marrocos
que tinham ido evangelizar os infiéis. Na ordem recebeu o nome de Antônio Olivares.
Seguindo os passos dos mártires foi para o Marrocos, onde pode ficar apenas
alguns dias por causa de sua hidropisia, um acidente arrastou a embarcação para
as costas sicilianas. Morou alguns meses em Messina, no convento franciscano,
cujo prior o levou consigo a Assis para o Capítulo Geral e onde ele conheceu
Francisco. Daí foi designado para a província franciscana da Romagna e viveu a
vida eremítica num convento perto de Forli. Incumbido das humildes funções de
cozinheiro, frei Antônio viveu na obscuridade até que seus superiores,
percebendo seus extraordinários dons de pregador, enviaram-no pela Itália
setentrional e pela França a fim de pregar nos lugares onde a heresia dos
albigenses era mais forte. Antônio teve finalmente uma morada fixa no convento
de Arcella, a um quilômetro dos muros de Pádua. Daí saia para pregar onde quer
que fosse chamado. Em 1231, o ano em que sua pregação atingiu o vértice de
intensidade e se caracterizou por conteúdos sociais, Antônio foi atingido por
uma doença inesperada e foi transportado do convento de Camposampiero a Pádua
num carro de feno. Morreu em Arcella a 13 de junho de 1231. ‘O santo’ por
antonomásia, como era chamado em Pádua, foi canonizado em Pentecostes de 1232,
apenas um ano após a morte, apoiado por uma popularidade que sempre crescia de
época em época.
Pe. João Bosco Vieira Leite