(2Rs 17,5-8.13-15.18; Sl 59[60]; Mt 7,1-5)
12ª Semana do Tempo Comum.
“Não julgueis e não
sereis julgados” Mt 7,1.
“O cristão que julga,
ou seja, condena seu próximo, é, de fato, em primeiro lugar, aquele que lhe
nega o perdão. Todavia, para os cristãos que lhe acolheram em plena fé a oferta
do Reinado de Deus, o julgamento escatológico de Deus, em razão da morte de
Jesus, tornou-se objetivamente uma sentença misericordiosa. Quando cristãos
julgam e criticam seus co-cristãos, então julgam e condenam co-agraciados. Seu
‘julgamento’ tornar-se-á autojulgamento no conspecto de Deus, e o julgamento de
Deus sobre eles será idêntico ao próprio. Aquilo que os cristãos atribuem a
seus co-cristãos atribuem a si mesmos em Nome de Deus. Somos também advertidos
por Mateus em relação ao hipócrita no próprio coração, o qual não se deixa
reconhecer a si mesmo e se afasta do processo de autoconhecimento, uma vez que
isso desmascara dolorosamente seu interior. Paulo leva a exigência ao
ponto-chave: ‘Ou pensas tu, ó homem, que julgas os que tais ações praticam e tu
mesmo as praticas, que escaparás ao julgamento de Deus? [...] Ou desconheces
que a benignidade de Deus te convida à conversão?’ (Rm 2,3.4). Uma correção
entre ‘irmãs e irmãos’ cristãos só é possível com base no autoconhecimento e no
plano de um amor humilde: ‘Somente então poderei assemelhar-me a Jesus [...] e
tornar-me um mestre (porque irmão ou irmã) para os demais. Somente como nova
criatura é que lhe posso [...] sugerir, mas não prescrever, uma mudança mínima’
(Bovon)” (Franz Zeilinger
– Entre o Céu e a Terra – Paulinas).
Santo do Dia:
São Paulino de Nola, bispo. Paulino era
um Jovem de temperamento artístico. Descendia de uma família patrícia romana
(nasceu em 355 em Bordeaux, onde o pai era funcionário imperial) e, favorecido
na carreira política por grandes amizades locais, tornou-se cônsul substituto e
governador da Campânia. Sua conversão se deu sob a influência de Santo Ambrósio
e St. Agostinho. Recebeu o batismo aos 25 anos. Depois da morte de seu único
filho, com a sua esposa Teresa, dedicou-se inteiramente à ascese cristã,
conforme o modelo de vida monacal em moda no Oriente. Foi ordenado sacerdote,
mas continuou a sua vida monástica até ser nomeado bispo de Nola. Estavam para
chegar à Itália anos de grandes tempestades. Paulino revelou-se um verdadeiro
pai, preocupado com o bem espiritual e material de todos. Morreu aos 76 anos,
em 431, um ano depois do amigo St. Agostinho.
Pe. João Bosco Vieira Leite