(Ex 34,4b-6.8-9; Sl Dn3; 2Cor 13,11-13; Jo 3,16-18).
1. Durante o Ano Litúrgico contemplamos
o mistério trinitário na contemplação do Filho Jesus, que age movido pelo
Espírito sob a vontade do Pai, revelando-nos Seu mistério. É esta obra
salvífica que a liturgia de hoje reconhece e exalta.
2. Os textos apontam para essa ação de
um Deus misericordioso e amoroso que apareceu a Moisés e caminhou com o Seu
povo, que se revelou no Seu Filho Jesus, que veio a nós para salvar. É esse
mistério que está no centro da nossa reflexão, num convite de renovado
acolhimento.
3. O que parece inacessível à nossa
compreensão intelectual, chega a nós com um apelo prático a compreendermos que
Deus é amor, e amando sai de si e se manifesta salvando.
4. O nosso evangelho é parte do diálogo
entre Jesus e Nicodemos, que já conhecemos. Não menciona o Espírito Santo, mas
já sabemos da ação do mesmo nessa obra salvífica. O texto reforça que o Filho
veio para salvar e não para condenar. A salvação que nos é proposta vem
mediante a fé em Jesus. Não crer é negar esse amor.
5. Todo esse ‘movimento’ de Deus, vem
nos lembrar primeiramente que Deus não é solitário e distante, mas seu ser se
faz de comunhão, de alteridade. Deus ama Sua criação, e nela particularmente o
ser humano. E ama atraindo a essa comunhão, e revelando-se Pai.
6. É vivendo essa relação filial que a
gente vai penetrando no mistério trinitário revelado por Jesus. Esta semana
ainda escutávamos sobre o mandamento maior do amor a Deus e ao próximo, pois
Deus ama a todos. Na valorização do ser humano vamos experimentando essa
presença que brota da fé e da oração cotidiana.
7. João nos deixou esse testemunho
amoroso de Jesus no seu discurso de despedida, onde Jesus pede por aqueles que
vão crer n’Ele, para que esse modelo de comunhão que existe entre o Pai, o
Filho e o Espírito se reflita nas relações humanas.
8. Por isso rezamos: “Na verdade, é
justo e necessário, é nosso dever e salvação louvar-Te, bendizer-Te e dar-Te
graças sempre e em todo lugar, Deus eterno, Deus uno e trino: Pai, Filho e
Espírito Santo, porque o teu amor ao homem é tão grande que a segunda pessoa,
Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo são oferta perene do
Deus uno, que nos introduz no seu círculo trinitário como seus filhos.
Concede-nos, Senhor,, que mantenhamos sempre a tua graça e a tua amizade, para
saber viver em comunhão com todos os nossos irmãos. Amém” (B. Caballero – A
Palavra de cada Domingo – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite