Terça, 29 de agosto de 2017

(Jr 1,17-19; Sl 70[71]; Mc 6,17-29) 
Martírio de São João Batista.

Ainda falando sobre os hinos, estes, como os nossos cantos na liturgia, pertencem à participação humana no ato de culto, como se fosse uma resposta nossa a Deus que se manifesta, em sua bondade e graça, de muitas maneiras, que reconhece a Sua presença e a Sua vontade. Ao fazer memória do martírio de São João Batista a liturgia lhe dá voz através do salmo 71 (vv. 1-8) para traduzir a confiança que tem em Deus desde o ventre materno, casando com o contexto bíblico narrado por Lucas no encontro das duas mães gestantes. Talvez sua autoria seja davídica (de Davi). Ele expressa sua inquietação pelo que vive no presente e pelo que virá no futuro, por isso abre seu coração a Deus expressando confiança absoluta em sua proteção e fidelidade. “As primeiras pessoas que cantaram os salmos sabiam a importância de uma fortaleza. A vida no antigo Israel era tão difícil que os israelitas muitas vezes precisavam de um lugar seguro de proteção contra os inimigos. No mundo moderno, normalmente não precisamos de um lugar de proteção física, mas ainda precisamos de locais de segurança, lugares onde nos sentimos amados e cuidados. [...] O salmista disse ‘Desde o ventre materno dependo de ti’ (v.6). Uma coisa é dizer que Deus é nosso refúgio e até mesmo Vê-lo como um forte protetor; outra coisa é de fato entrar na fortaleza de sua presença e confiar plenamente em seu cuidado. [...] Então, quando o exército inimigo aparece, quando problemas surgem ou quando tragédias acontecem, temos um lugar de refúgio para o coração e para a mente. As circunstâncias podem não mudar, mas estamos protegidos pela poderosa mão de Deus” (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil).  


Pe. João Bosco Vieira Leite