(Is 9,1-6; Sl 112[113]; Lc 1,26-38)
Nossa Senhora Rainha.
Ao entrarem na Palestina, as tribos de
Israel pisaram uma terra de cultura antiga, onde se cruzaram a influência e
herança dos grandes impérios do Eufrates e do Nilo, do mundo mediterrâneo
pré-helênico e da Ásia Menor. Estou colocando esse dado para que sejamos cientes
que essas formas estrangeiras deram um sentido novo as tradições de Israel e
que estas repercutem na sua linguagem religiosa ou nos seus cânticos. O pequeno
salmo 113 nos é apresentado nesta memória mariana quase em sua totalidade,
omitindo-se apenas o versículo final. Um salmo de louvor que faz parte do culto
anual da Páscoa. Os salmos 113-118 são conhecidos na tradição judaica como o
‘Hallel’ (Aleluia). No v. 5 vem a pergunta que aparece várias vezes na bíblia:
‘Quem pode comparar-se ao nosso Deus, ao Senhor que no alto céu tem seu
trono...’, a resposta será sempre a mesma: nada se compara ao nosso Deus. Mesmo
assim nos desdobramos em palavras, conceitos, comparações que nos ajudem a
entendê-lo. “Por isso dizemos que Deus é como um pai amoroso, ou como
um guerreiro poderoso. Às vezes, apontamos para as coisas que Deus fez para o
descrevermos – Deus é o Criador, Deus é nosso Redentor. Essas comparações
ajudam-nos a entender quem é Deus e como ele se parece, mas, no final, ele é
como nada no universo” (Douglas Connelly - Guia Fácil para
entender Salmos - Thomas Nelson Brasil). Talvez esse pensamento possa
nos servir de meditação ou contemplação.
Pe. João Bosco Vieira Leite