(1Ts 1,1-5.8-10; Sl 149; Mt 23,13-22)
21ª Semana do Tempo Comum.
Um dos gêneros literários do salmo é o
que chamamos de ‘Hino’. A poesia dos hinos, cuja forma externa Israel tomou do
mundo cultural circunvizinho, remonta ao início da formação do povo israelita,
como cântico do mar de Maria (Ex 15,21) e outros que encontramos nos livros do
Antigo e Novo Testamento: o Magnificat (Lc 1,46ss) e o Benedictus (Lc 1,68ss),
entre outros. O hino tem a função dupla ainda reconhecível na forma do estilo:
na forma de oração (invocação do Senhor) é um testemunhar, reconhecer a Deus,
que devolve ao divino Doador as bênçãos recebidas (cf. a expressão hínica comum
‘bendito seja o Senhor’, em Sl 18,47; 28,6; 31,22, 41,14; 66,20, 68,20.36;
etc.) e serve para ‘multiplicar o louvor de Deus’ (Sl 71,14), para ativar a
abundância do seu poder e da sua salvação numa relação dialogal (cf. Sl 68,35;
Dt 32,3).
Para endossar o louvor que Paulo
convida ao início de sua primeira carta aos Tessalonicenses, tema do mês
bíblico desse ano, a liturgia nos oferece o salmo 149 (vv. 1-5). O autor é
desconhecido. Ele canta uma conquista e ao mesmo tempo espera pela vitória
final de Deus sobre todo mal, como se pode conferir nos versículos omitidos
pela liturgia. O restante do salmo é um convite a uma atitude de militância e
combate. É claro que lendo e rezando no contexto atual podemos compreender que
a batalha que empreendemos agora, numa sociedade organizada em seus poderes,
entra no campo espiritual onde a oração e a Palavra de Deus são nossas armas de
todos os dias em seu recomeço.
Pe. João Bosco Vieira
Leite