Segunda, 28 de agosto de 2017

(1Ts 1,1-5.8-10; Sl 149; Mt 23,13-22) 
21ª Semana do Tempo Comum.

Um dos gêneros literários do salmo é o que chamamos de ‘Hino’. A poesia dos hinos, cuja forma externa Israel tomou do mundo cultural circunvizinho, remonta ao início da formação do povo israelita, como cântico do mar de Maria (Ex 15,21) e outros que encontramos nos livros do Antigo e Novo Testamento: o Magnificat (Lc 1,46ss) e o Benedictus (Lc 1,68ss), entre outros. O hino tem a função dupla ainda reconhecível na forma do estilo: na forma de oração (invocação do Senhor) é um testemunhar, reconhecer a Deus, que devolve ao divino Doador as bênçãos recebidas (cf. a expressão hínica comum ‘bendito seja o Senhor’, em Sl 18,47; 28,6; 31,22, 41,14; 66,20, 68,20.36; etc.) e serve para ‘multiplicar o louvor de Deus’ (Sl 71,14), para ativar a abundância do seu poder e da sua salvação numa relação dialogal (cf. Sl 68,35; Dt 32,3).

Para endossar o louvor que Paulo convida ao início de sua primeira carta aos Tessalonicenses, tema do mês bíblico desse ano, a liturgia nos oferece o salmo 149 (vv. 1-5). O autor é desconhecido. Ele canta uma conquista e ao mesmo tempo espera pela vitória final de Deus sobre todo mal, como se pode conferir nos versículos omitidos pela liturgia. O restante do salmo é um convite a uma atitude de militância e combate. É claro que lendo e rezando no contexto atual podemos compreender que a batalha que empreendemos agora, numa sociedade organizada em seus poderes, entra no campo espiritual onde a oração e a Palavra de Deus são nossas armas de todos os dias em seu recomeço.

 Pe. João Bosco Vieira Leite