Segunda, 07 de agosto de 2017

(Nm 11,4-15; Sl 80[81]; Mt 14,13-21) 18ª Semana do Tempo Comum.

No dia 5 de agosto da semana passada fizemos exatamente dois anos de reflexões semanais e assim fechamos esse ciclo dos breves comentários aos textos do ano par e ímpar. Para dar sequência a essa ‘coluna’ e voltar-se sobre os mesmos textos da liturgia semanal, pretendo dar uma atenção especial aos salmos que compõem o nosso quadro. Estes se repetem e pode ser que tenha que tentar uma outra abordagem a partir dos mesmos textos litúrgicos. Os salmos têm uma importância particular na espiritualidade bíblica dos judeus e também dos cristãos. Eles são constantemente citados pois seu conteúdo ou mesmo versículos ajudaram a levantar o ânimo, curar feridas e enxugar muitas lágrimas. Neles encontramos expressadas as muitas emoções humanas. Muitos memorizaram seus textos como quem aprendeu a rezar o Pai Nosso ou a Ave Maria e os recitam todos os dias. O salmo de hoje nos é apresentado a partir do v. 12 para dar voz ao lamento de Moisés, na 1ª leitura, que lamenta com Deus o peso que se tornou a condução do povo pelo deserto e de sua constante cobrança a ponto do próprio Moisés duvidar das intenções do Senhor. O salmo lamenta essa falta de memória que nos prende ao hoje, ao imediatismo das pessoas, sem perceber que é necessário manter desperto os ouvidos naquilo que Deus nos diz, nos promete e já realizou. Deus poderia oferecer mais se seu povo lhe fosse fiel, diz o salmista. As dificuldades que atravessam é fruto do afastamento de suas leis, de Sua Palavra. Quantas vezes faltamos em nosso compromisso com Deus por causa de uma outra atividade (sem medir aqui o grau de sua importância ou não)? Sem uma mentalidade legalista, mas quantas vezes perdemos o nosso encontro dominical, deixando de ouvir o que Deus nos propõe para a vida? Ou mesmo encontrar aqueles que compartilham comigo da mesma fé e se sentem motivados só pela minha presença? Nossas comunidades ficam empobrecidas com a nossa ausência.


 Pe. João Bosco Vieira Leite