Quinta, 17 de agosto de 2017

(Js 3,7-11.13-17; Sl 113A[114]; Mt 18,21—19,1) 
19ª Semana do Tempo Comum.

A importância dos salmos não se limita ao uso que fazemos dos mesmos na liturgia. De modo duradouro e profundo, o livro dos Salmos contribui para a espiritualidade pessoal e familiar, como livro de consolação e oração, como guia para Deus nas horas de alegria e de tristeza. É difícil avaliar toda a força irradiada pelos salmos e sua influência na piedade pessoal de tantos homens e mulheres. Da nossa liturgia recolhemos o salmo 114 quase que na íntegra, ficando de fora os dois últimos versículos. Josué assume o posto de Moisés e se prepara para conduzir o povo numa nova travessia, desta vez do Jordão, numa forte referência a travessia do Mar Vermelho. O salmo quer recordar a ação libertadora que Deus operou em favor do seu povo. É provável que este salmo esteve ligado à celebração anual da Páscoa. Para seguir adiante é importante não esquecer. “Deus sozinho tirou seu povo ‘do Egito’ (v. 1) e ‘fez da rocha um açude, do rochedo uma fonte’ (v. 8). Este é o ponto alto do salmo. No Novo Testamento, os cristãos têm um excelente equivalente do salmo 114 na declaração igualmente poética do apóstolo Paulo sobre a segurança do que crê em Cristo, em Romanos 8. O salmista havia feito a pergunta: se Deus é por seu povo, o que pode ficar em seu caminho para se opor a ele? A resposta é: absolutamente nada, nem mares, nem rios nem montanhas [...]. Tendo em vista os muitos perigos, labutas e armadilhas que surgem na vida dos cristãos, como Paulo pode dizer que não há nada que possa nos separar do amor de Cristo? É por causa do poder de Deus, diante de quem nenhum mal pode prevalecer, e por causa da  natureza do amor de Deus na aliança. Tendo em vista esse poder e amor inabalável, podemos muito bem olhar para os problemas desta vida e clamar com ousadia: ‘Abram caminho diante de Deus’” – James Boice (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil). 


 Pe. João Bosco Vieira Leite