(Js 3,7-11.13-17; Sl 113A[114]; Mt 18,21—19,1)
19ª Semana do Tempo
Comum.
A importância dos salmos não se limita
ao uso que fazemos dos mesmos na liturgia. De modo duradouro e profundo, o
livro dos Salmos contribui para a espiritualidade pessoal e familiar, como
livro de consolação e oração, como guia para Deus nas horas de alegria e de
tristeza. É difícil avaliar toda a força irradiada pelos salmos e sua
influência na piedade pessoal de tantos homens e mulheres. Da nossa liturgia
recolhemos o salmo 114 quase que na íntegra, ficando de fora os dois últimos
versículos. Josué assume o posto de Moisés e se prepara para conduzir o povo
numa nova travessia, desta vez do Jordão, numa forte referência a travessia do
Mar Vermelho. O salmo quer recordar a ação libertadora que Deus operou em favor
do seu povo. É provável que este salmo esteve ligado à celebração anual da
Páscoa. Para seguir adiante é importante não esquecer. “Deus sozinho
tirou seu povo ‘do Egito’ (v. 1) e ‘fez da rocha um açude, do rochedo uma
fonte’ (v. 8). Este é o ponto alto do salmo. No Novo Testamento, os cristãos
têm um excelente equivalente do salmo 114 na declaração igualmente poética do
apóstolo Paulo sobre a segurança do que crê em Cristo, em Romanos 8. O salmista
havia feito a pergunta: se Deus é por seu povo, o que pode ficar em seu caminho
para se opor a ele? A resposta é: absolutamente nada, nem mares, nem rios nem
montanhas [...]. Tendo em vista os muitos perigos, labutas e armadilhas que
surgem na vida dos cristãos, como Paulo pode dizer que não há nada que possa
nos separar do amor de Cristo? É por causa do poder de Deus, diante de quem
nenhum mal pode prevalecer, e por causa da natureza do amor de Deus na
aliança. Tendo em vista esse poder e amor inabalável, podemos muito bem olhar
para os problemas desta vida e clamar com ousadia: ‘Abram caminho diante de
Deus’” – James Boice (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender
Salmos - Thomas Nelson Brasil).
Pe. João Bosco Vieira Leite