(Lv 23,1.4-11.15-16.27.34-37; Sl 80[81]; Mt 13,54-58)
17ª Semana do
Tempo Comum.
Dois trechos do Livro do Levítico nos
são apresentados nessa semana. É o chamado livro dos levitas ou sacerdotes
surgido no tempo do exílio da Babilônia (sec. VI a.C.). Os textos dizem
respeito às prescrições litúrgicas e sagradas que se formaram ao longo da
história do povo, atribuídas a Moisés para um maior peso em sua autoridade. O
nosso texto menciona as festas hebraicas mais importantes: a Páscoa, os Ázimos
e a Festa das Tendas. Nossas festas cristãs bebem dessa fonte em seu caráter
religioso-comunitário: “A festa hebraico-cristã não é tal porque aos
ingredientes tradicionais do repouso, da alegria, do encontro comunitário se
acrescenta o momento celebrativo cultual, mas porque todos estes elementos são
vividos numa perspectiva religiosa e comunitária: é Deus que ‘convoca’ e torna
possível a festa como tempo de libertação e de liberdade, de comunhão divina e
humana; tempo através do qual o Senhor subtrai o homem aos limites da sua
atuação material e econômica, para o tornar participante da Sua própria atuação
gratuita e salvífica. Cada dia de repouso, de fato, tem um valor: por um lado
recorda ao homem que não é ele, mas Deus quem faz avançar o mundo e, ao mesmo
tempo, recorda-lhe que ele não é já escravo e pode interromper o trabalho
quotidiano, porque Deus o libertou” (Giuseppe Casarin - Lecionário
Comentado - Paulus). O evangelho nos lembra de como facilmente o
preconceito pode botar por terra não só a possibilidade de acolher o outro, mas
até mesmo o que Deus nos recomenda como um bem.
Pe. João Bosco Vieira Leite