Quarta, 30 de agosto de 2017

(1Ts 2,9-13; Sl 138[139]; Mt 23,27-32) 
21ª Semana do Tempo Comum.

O gênero mais comum do saltério é o da lamentação ou súplica, do qual também existem numerosos paralelos fora do Antigo Testamento, especialmente na literatura babilônica. Quase um terço de todos os salmos se classifica nesse gênero. Do ponto de vista do sujeito dos salmos de lamentação, temos duas classes: lamentações coletivas (Sl 44; 74; 79; 80; 137; Lm 5) e lamentações individuais (Sl 3; 5; 7; 13; 17; 22; 25; 26; 27; 31; 35; 38; 39; 42s; 51; 55; 57; 59; 77; 88; 123; 140; 141; 142; 143; Lm 3). Em outros salmos também encontramos motivos de lamentação.

O salmo 139 (vv. 7-12) que ilustra nossa liturgia é bastante conhecido pelas suas versões musicais. Atribuído a Davi, o salmo é uma contemplação da grandeza de Deus em seu conhecimento de nossa vida de forma espetacular e até ‘assustadora’. Trata do foco de Deus em cada um de nós com indivíduos, uma declaração de que estamos na mente de Deus, em seu pensamento, cercados por seus cuidados, perto do seu coração: “Uma vez que Deus conhece todas as coisas perfeitamente, ele não conhece nenhuma coisa melhor do que qualquer outra coisa, mas [conhece] todas as coisas perfeitamente [...] Ele nunca é surpreendido, nunca fica espantado, nunca se pergunta sobre qualquer coisa [...] nosso Pai celestial nos conhece completamente. Nenhum mexeriqueiro pode nos delatar; nenhum inimigo pode fazer uma acusação prevalecer; nenhum esqueleto esquecido pode cair de algum armário escondido para envergonhar ou expor nosso passado; nenhuma fraqueza inesperada em nosso caráter pode vir à luz para fazer Deus se afastar de nós, uma vez que ele nos conhecia absolutamente antes que o conhecêssemos e nos chamou para si mesmo no pleno conhecimento de tudo o que era contra nós” A. W Jozer (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil). Isso infunde uma confiança e uma atitude de abandono sem igual.

Pe. João Bosco Vieira Leite