Terça, 18 de junho de 2024

(1Rs 21,17-29; Sl 50[51]; Mt 5,43-48) 11ª Semana do Tempo Comum.

“Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem!” Mt 5,44.

“Na lei antiga preceitua-se o amor ao próximo (Levítico 19,18). Mas, aí, o próximo não é o ser humano, mas somente o membro da comunidade de Israel, isto é, para os judeus, o próximo era o da mesma raça ou nação. ‘Odiarás teu inimigo’; a natureza da linguagem do original aramaico, em que foi escrito o primeiro Evangelho segundo São Mateus, explica essa dureza de expressão. No entanto, na prática de nossas vidas, pode ser que nos contentemos com o preceito hebraico somente! Talvez nos satisfaça o simples fato de não odiar, de não querer mal, de não fazer mal; e tudo isso é muito negativo. Pois o preceito do amor, que Jesus nos impôs, é sumamente positivo. Limitar-nos apenas e evitar o mal é situar-nos fora da lei do evangelho. Porque, para o cristão, a noção de próximo é universal. Se todo homem é efetivamente filho de Deus, ou pelo menos é chamado a sê-lo, todo ser humano tem vocação para essa filiação divina, é de fato um irmão nosso; e sendo irmão, é nosso próximo. É verdade que entre esses irmãos, entre esses próximos encontram-se os que não gostam de nós e, inclusive, os que nos perturbam. Mesmo esses são nosso próximo. Por isso, o Senhor Jesus específica a projeção deste amor ao próximo, quando explica que devemos amar os que nos odeiam e perseguem, maldizem-nos, caluniam-nos e estão prontos a fazer-nos todo mal que puderem. Devemos fomentar em nosso coração o amor a nossos inimigos, não os excluindo das demonstrações externas de respeito e de nossas conversas, em nosso trato e sobretudo em nossas orações por eles” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite