(2Rs 25,1-12; Sl 136[137]; Mt 8,1-4) 12ª Semana do Tempo Comum.
“Junto aos rios da Babilônia nos
sentávamos chorando, com saudade de Sião. Nos salgueiros por ali, penduramos
nossas harpas” Sl 137,1-2.
“A cena se repete várias vezes
em todo final de semana durante a temporada de futebol. O gol da vitória é
marcado e a celebração começa. Na maioria das vezes, palavras ou gestos
dirigidos para o time adversário destinam-se a apenas uma coisa: zombar dos perdedores.
Quando o povo de Judá estava acorrentado, marchando para a Babilônia, seus
captores tiraram o máximo de proveito da situação. Os judeus carregavam consigo
instrumentos musicais, porque a música era uma parte importante de sua
adoração, mas as harpas se tornaram o ponto focal do escárnio babilônico. ‘Por
que vocês não cantam para nós uma daquelas músicas de Sião, os cânticos que
falam sobre Jerusalém é forte e sobre como vocês se sentem seguros dentro de
seus muros?” Então, a risada começava, pois Jerusalém havia caído nas mãos do
exército babilônico, e agora os muros eram apenas uma pilha de escombros. Os
babilônicos uivavam de tanto rir, mas o povo de Deus uivava de dor. Os
israelitas se sentavam e choravam. Ansiavam ver Jerusalém mais uma vez.
Recusavam-se a cantar os cânticos do Senhor em terra pagã. Por que pegariam
algo que era santo ao Senhor e cantariam para aqueles que zombavam e
desrespeitavam o Deus de Israel? Por que lançar palavras tão valiosas para
aqueles que eram como cães espirituais? Seus captores queriam cânticos de
júbilo e riso, mas os exilados não tinham alegria. Eles haviam perdido tudo,
exceto Deus e a própria vida. Haviam visto milhares de seus companheiros judeus
sendo mortos e soldados babilônios prazerosamente arremessando bebês judeus
contra muros de pedra. Os babilônios queriam saber onde estava o grande Deus de
Israel. Se ele é tão grande e poderoso, por que não resgatou seu povo? Os
últimos versículos desse salmo foram escritos em resposta ao desafio que fizera
à honra de Deus. Os babilônios haviam sido extremos em sua brutalidade, e o
salmista pedia a Deus por justiça. Ele queria justiça contra os edomitas,
parentes distantes dos israelitas, que deviam se preocupar com Israel, mas,
antes, incitavam a Babilônia a fazer a destruição ainda maior. O escritor
queria que a justiça fosse cumprida contra a desumanidade dos babilônios
também. A justiça de Deus, por fim, veio. Após o castigo do exílio, Deus
liberou uma nação igualmente cruel contra os babilônios. Os persas esmagaram o
império babilônio, e, vinte anos depois desse salmo ser escrito, a própria
cidade da Babilônia foi destruída. Desde então, por longos séculos, a cidade da
Babilônia tem sido uma colina abandonada no deserto do Iraque, frequentada
apenas por arqueólogos e chacais. A justiça de Deus pode parecer demorada para
vir, mas ninguém escapa quando ela vem” (Dougla
Connelly – Guia Fácil para entender Salmos – Thomas Nelson).
Pe. João Bosco Vieira Leite