Quinta, 13 de junho de 2024

(1Rs 18,41-46; Sl 64[65]; Mt 5,20-26) Santo Antônio de Pádua, presbítero e doutor da Igreja.

“Elias disse a Acab: ‘Sobe, come e bebe, porque já ouço o ruido de muita chuva’” 1Rs 18,41.

“O povo acolheu JHWH como Deus e Elias purificou Israel da presença dos profetas pagãos (cf. 1Rs 18,39-40): finalmente a chuva volta para fecundar a terra e permite sair de um longo jejum. O monte Carmelo, cenário do desafio de Elias, tona-se agora o lugar da oração solitária do profeta. Mas o espírito de JHWH não deixa este homem de Deus no seu isolamento feliz: recondu-lo rapidamente, e com uma rapidez que bate em velocidade inclusive os carros do rei, ao palácio de Jezrael. [Compreender a Palavra:] A imagem bíblica da chuva que cai do céu é densa de significado. Terra árida, escassamente irrigada por cursos de água, a Palestina dependia então quase totalmente da chuva, para a sua fecundidade e para a própria sobrevivência dos habitantes. A chuva, não dominada pelo homem, ao contrário dos rios que podem ser canalizados, aparece então como um dom celeste, uma dádiva divina, imagem de uma graça não devida, que se derrama sobre o homem para vivificar e fortificar. O profeta, sentinela do futuro, com a sua insistente espera, com a sua atitude de profunda ação de graças, chega a pressentir e a anunciar a graça que Deus está para derramar sobre a terra. A eficácia narrativa do hagiógrafo surpreende-nos com o contraste entre o ténue presságio de chuva, que vem do lado do mar, e o rumor benéfico da água que serve para fertilizar a terra seca. A tradição cristã tem, ao longo dos séculos, interpretado a nuvenzinha que sai do mar e vem sobre a terra fornecer a chuva e a vida com uma imagem da Virgem Maria. A força do Senhor conduz depois Elias a Jezrael: não obstante o seu significado de bom presságio (‘Deus semeou’), este nome insere-se desde agora na narração bíblica como um pressentimento de pecado e de desgraça: essa localidade será em breve teatro sanguinolento do homicídio de Nabot (cf. 1Rs 21) e da matança da casa de Acab (cf. 2Rs 9-10)” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Semanas de I a XVII] – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite