(1Rs 18,20-39; Sl 15[16]; Mt 5,17-19) 10ª Semana do Tempo Comum.
“Não penseis que vim para abolir
a Lei e os Profetas. Não vim para abolir,
mas para dar-lhes pleno
cumprimento” Mt 5,17.
“Cristo aperfeiçoa a lei com sua
doutrina, ao interpretar o sentido correto do Antigo Testamento,
deformado pelo legalismo farisaico, e conformando a lei com o novo
espírito e evangélico. A justiça farisaica, condenada aqui pelo Senhor, era uma
verdadeira farsa, chegando a ser verdadeira idolatria da letra, prescindindo do
espírito que devia animar essa letra. O Senhor nos abre para outra justiça mais
profunda e real; não podemos contentar-nos com a observância da letra, porque,
como nos diz São Paulo, ‘a letra mata, mas o espírito vivifica’ (2Coríntios
3,6). Letra sem amor é letra morta; amor, que não se expressa e não se
manifesta, logo se apaga; amor que não obedece ao preceituado pelo Senhor
diretamente, ou por meio de seus representantes legítimos, não é na realidade
senão um amor fingido. O que Jesus aperfeiçoou na lei antiga? Aperfeiçoou
alguns preceitos morais; outras leis cerimoniais e rituais ficaram superadas
pelo novo sacrifício da cruz; ele ficou convertido na única e verdadeira vítima
por nossa redenção. As leis que regulavam o governo do povo, foram
aperfeiçoadas pela instituição da hierarquia eclesial, da Igreja hierárquica,
novo povo de Deus; numa palavra: o que, no Antigo Testamento, era somente uma
sombra e uma figura típica do que haveria de vir substituiu-o Jesus pela
própria realidade. Vivência: Verei se na prática da materialidade de minhas
obrigações demonstro suficiente valorização de minha espiritualidade afim de
fugir da observância rotineira daquilo que me é preceituado. Porém, verei
também se me deixei influenciar por certas correntes, excessivamente
espiritualistas, que relaxam a observância das regras e normas dadas pela
autoridade legítima, em último termo, pelo próprio Deus” (Alfonso
Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano –
Ave-Maria).
Pe. João Bosco Vieira Leite