(1Rs 21,1-16; Sl 5; Mt 5,38-42) 11ª Semana do Tempo Comum.
“Eu,
porém, vos digo: não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá
um tapa
na face
direita, oferece-lhe também a esquerda!” Mt 5,39.
“O
discípulo do Reino não pode contentar-se com retribuir ‘olho por olho e dente
por dente’. Ele se caracteriza pela capacidade de quebrar, com firmeza, a
espiral de violência, mediante atitudes chocantes até mesmo para seu agressor.
Não é fácil imaginar alguém oferecendo a face esquerda para ser esbofeteada,
quando já recebeu um bofetão na direita. Do mesmo modo, alguém que pretenda
extorquir uma túnica, em juízo, e ver o lesado oferecer-lhe também o manto. Ou,
então, quem é obrigado a fazer companhia a alguém, numa longa caminhada, para
protegê-lo de assalto, mostra-se disposto a caminhar o dobro. Estas atitudes
são, à primeira vista, insensatas e injustificáveis. No entanto, são normas de
conduta para o discípulo. Que finalidade teriam? Jesus não estava pregando uma
espiritualidade de humilhação e de sofrimento. Não lhe interessava ver o
discípulo humilhado. O gesto proposto visava converter o agressor para o Reino.
Mostrar-lhe que é possível viver sem violência. Abrir-lhe os olhos para a
possibilidade de se relacionar com o próximo, sem transformá-lo em objeto de
seu ódio, e estabelecer relações verdadeiramente fraternas e amistosas. A
não-violência do discípulo do Reino, portanto, é vivida de forma positiva e
construtiva. O Reino vai se construindo onde a violência dá lugar ao amor. – Senhor
Jesus, dá-me força para quebrar a espiral da violência e transformar o ódio em
amor” (Pe.
Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] -
Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite