(2Rs 2,1.6-14; Sl 30[31]; Mt 6,1-6.16-18) 11ª Semana do Tempo Comum.
“E
aconteceu que, enquanto andavam e conversavam, um carro de fogo e cavalos de
fogo os separaram um de outro, e Elias subiu ao céu num redemoinho” 2Rs 2,11.
“Estamos
perto do ‘ciclo de Elias’. As páginas que precedem a leitura que hoje a
liturgia propõe narram o cumprimento da palavra do profeta em 853 a.C. Acab cai
no campo de batalha com uma morte corajosa que resgata em parte a sua vida
mesquinha, mas os cães lambem seu sangue (1Rs 22,29-38). Também Elias deixa
esta terra, mas de forma bem diferente: num redemoinho de fogo, como inflamada
fora pela Palavra do Senhor a sua vida. E deixa um discípulo para prosseguir o
seu ministério. [Compreender a Palavra:] enquanto a figura de Elias se destaca
solitária entre Deus e o povo, a de Eliseu perfila-se agora num ambiente coral,
o dos ‘filhos de profetas’ (semitismo para dizer ‘profetas’: v. 7), uma espécie
de confraria composta por servos de Deus com as suas famílias. Perante eles,
pela última vez, Elias dá provas do seu carisma, separando as águas como Moisés
(cf. Ex 14,21) e como Josué (cf. 3,13). De acordo com o direito de progenitura,
que estabelecia destinar ao primogênito dois terços dos bens paternos (cf. Dt
21,17), o carisma profético de Elias passou para Eliseu, ao qual o Senhor se dá
a conhecer: o fato de o discípulo poder contemplar o arrebatamento do mestre
para o céu, uma visão escondida aos olhos humanos, é sinal de que Deus acolheu
o seu pedido audaz e lhe concedeu o espírito profético de Elias. Este, figura
de fogo caída na História da salvação como um meteoro, sem genealogia nem
descendentes, ‘carro e condutor de Israel’ (cf. v. 12), defensor do povo e seu
guia, sobe ao céu num redemoinho: a imagem, que naturalmente não se deve tomar
à letra, pode indicar, como no caso de Henoc (cf. Gn 5,24), um fim repentino
que assume plenamente a pessoa na comunhão com Deus” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum –
Semanas de I a XVII] – Paulus).
Pe.
João Bosco Vieira Leite