Terça, 16 de abril de 2024

(At 7,51—8,1; Sl 30[31]; Jo 6,30-35) 3ª Semana da Páscoa.

“É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu

e dá vida ao mundo” Jo 6,32b-33.

“Subjaz a esse texto uma conversa um tanto áspera entre Jesus e os comedores do pão que havia multiplicado (cf. Jo 6,30-35). Embora tivessem comido e estivessem ávidos por mais, contiveram-se quando Jesus lhes falou de fé. Queriam evidências de Ele ser algo especial. Provavelmente só o viam como milagreiro, importante, sem dúvida, mas apenas isso. Ele seria apenas um outro Moisés a trazer um suprimento novo de maná. Por isso, queriam novos sinais, definitivos. Jesus, no entanto, só lhes oferece uma afirmativa: ‘Meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão, pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo’. E, mesmo assim, essa afirmativa tinha um problema: exigia fé. E eles resistiam. Só queriam pão. Pão que só mantém a vida por pouco tempo. Mas o que Jesus queria dizer com esse pão que desceu do céu? Esse pão era Ele mesmo, declaração que ilumina a sequência da metáfora. A exemplo do maná, que também desceu do céu e também foi dado a Deus, Ele desce do céu enviado pelo Pai e mata a fome espiritual, fome da qual sofre toda a humanidade. E é por sofrer dessa fome que essa mesma humanidade se empanturra com todas as espécies de pão que lhe são oferecidas. Mas Jesus é o pão verdadeiro, o pão que não tem bolor nem veneno, o pão que de fato alimenta e dá vida ao mundo. – Senhor Jesus, usaste um símbolo corriqueiro, mas essencial para mostrar o quão importante és para nossa vida. Estamos inclinados a comer qualquer tipo de pão ou a mesmo não comer nenhum, negando nossa fome e condenando-nos à abstinência total até à anorexia total. Livra-nos disso e não te deixes faltar em nossa mesa da fé. Amém (Martinho Lutero Hoffmann  – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite