(At 7,51—8,1; Sl 30[31]; Jo 6,30-35) 3ª Semana da Páscoa.
“É meu
Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desce
do céu
e dá vida
ao mundo” Jo
6,32b-33.
“Subjaz a
esse texto uma conversa um tanto áspera entre Jesus e os comedores do pão que
havia multiplicado (cf. Jo 6,30-35). Embora tivessem comido e estivessem ávidos
por mais, contiveram-se quando Jesus lhes falou de fé. Queriam evidências de
Ele ser algo especial. Provavelmente só o viam como milagreiro, importante, sem
dúvida, mas apenas isso. Ele seria apenas um outro Moisés a trazer um
suprimento novo de maná. Por isso, queriam novos sinais, definitivos. Jesus, no
entanto, só lhes oferece uma afirmativa: ‘Meu Pai é que vos dá o verdadeiro
pão, pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo’. E, mesmo
assim, essa afirmativa tinha um problema: exigia fé. E eles resistiam. Só
queriam pão. Pão que só mantém a vida por pouco tempo. Mas o que Jesus queria
dizer com esse pão que desceu do céu? Esse pão era Ele mesmo, declaração que
ilumina a sequência da metáfora. A exemplo do maná, que também desceu do céu e
também foi dado a Deus, Ele desce do céu enviado pelo Pai e mata a fome
espiritual, fome da qual sofre toda a humanidade. E é por sofrer dessa fome que
essa mesma humanidade se empanturra com todas as espécies de pão que lhe são
oferecidas. Mas Jesus é o pão verdadeiro, o pão que não tem bolor nem veneno, o
pão que de fato alimenta e dá vida ao mundo. – Senhor Jesus, usaste um
símbolo corriqueiro, mas essencial para mostrar o quão importante és para nossa
vida. Estamos inclinados a comer qualquer tipo de pão ou a mesmo não comer
nenhum, negando nossa fome e condenando-nos à abstinência total até à anorexia
total. Livra-nos disso e não te deixes faltar em nossa mesa da fé. Amém” (Martinho Lutero Hoffmann – Meditações para o dia a dia [2017] –
Vozes).
Pe. João
Bosco Vieira Leite