Sexta, 26 de abril de 2024

(At 13,26-33; Sl 2; Jo 14,1-6) 4ª Semana do Tempo Pascal.

“Mas Deus o ressuscitou dos mortos e, durante muitos dias, ele foi visto por aqueles que o acompanharam desde a Galileia até Jerusalém. Agora eles são testemunhas de Jesus diante do povo” At 13,30-31.

“A leitura continua com a narração da primeira intervenção de Paulo, na sinagoga de Antioquia da Pisídia, apresentando a parte central: a morte e a ressurreição de Jesus. O Apóstolo detém-se no paradoxo do drama da Paixão: a obstinação dos habitantes de Jerusalém e dos seus chefes fez com que se cumprissem ‘as palavras dos Profetas que se leem cada sábado’ (cf. v. 27). Com efeito, eles condenaram um inocente... ‘Mas Deus ressuscitou-O dos mortos’ (v. 30). O Ressuscitado confirmou os discípulos, os quais se tornaram ‘Suas testemunhas diante do povo’ (v. 31). A promessa feita aos antepassados é assim cumprida (v. 32). [Compreender a Palavra:] As palavras de Paulo parecem severas: evocam a responsabilidade de todos os que, embora não tendo encontrado em Jesus motivo algum de condenação, pediram a Pilatos a Sua morte. Também Pedro, no seu anúncio ao povo, tinha recordado o mesmo tema (cf. At 3,11-26), mas concedendo uma atenuante: a ignorância dos judeus (At 3,17). Uma recusa, a dos habitantes de Jerusalém e dos seus chefes que, se relembra a responsabilidade e a liberdade das pessoas, permite todavia que o desígnio de Deus se cumpra. Com efeito, em primeiro plano está o cumprimento da promessa feita aos antepassados: no meio da infidelidade dos homens permanece firme a fidelidade de Deus cujo poder é tão grande que pode vencer mesmo o mal mais terrível: a morte. É este anúncio incrível, mas verdadeiro: um homem ressuscitou do sepulcro. É o modo imprevisto com o qual Deus cumpriu em nosso favor a promessa de um salvador que tinha feito aos antepassados. A atuação de Deus ultrapassa sempre as expectativas do homem, mas fê-lo percorrendo caminhos que o homem nunca escolheria. Assim, o salvador não o é porque fugiu à Cruz e ao sofrimento, mas precisamente porque passou por eles, experimentando toda amargura, e foi libertado. É interessante notar a interpretação do salmo (proposto hoje pela liturgia) feita por Paulo: as palavras que Deus dirige ao Messias-Rei reconhecendo-O como seu Filho, não são aplicadas ao nascimento de Jesus, mas à Sua ressurreição” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Quaresma - Páscoa] – Paulus).


Pe. João Bosco Vieira Leite