(At 9,31-42; Sl 115[116B]; Jo 6,60-69) 3ª Semana da Páscoa.
“Sabendo
que seus discípulos estavam murmurando por causa disso mesmo, Jesus perguntou:
‘Isso vos escandaliza? E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde
estava antes?’” Jo
6,61-62.
“As
palavras de Jesus soavam dura aos ouvidos de seus discípulos, por não entrarem
nos esquemas já conhecidos. E mais, por esvaziá-los totalmente. De certa forma,
Jesus escandaliza os discípulos por apresentar uma imagem não convencional de
Deus e uma relação íntima com o Pai, a ponto de dar a impressão da falta de
respeito para com Deus. Na verdade, muitos ouviam o Mestre com suspeita e
preconceito, e não estavam dispostos a dar crédito às suas palavras. Estas,
longe de atraí-los, acabava por afastá-los cada vez mais. Jesus, porém, não
adaptou sua mensagem ao gosto dos seus interlocutores. E jamais teve a intenção
de enganá-los. Estas dificuldades não foram superadas com o fato da
Ressurreição. Não dava para entender como aquele que fora condenado à morte dos
malditos podia proclamar-se vivo, por obra de Deus! Não valia a pena ir atrás
de alguém que, tendo seus planos frustrados e morrido crucificado, dizia-se,
agora, ressuscitado! Estas ponderações afastaram de Jesus muitos discípulos. Só
não debandou quem acreditou, realmente, que as palavras de Cristo manifestavam,
de fato, sua proximidade com o Pai, e que este dera seu aval a tudo quanto
tinha dito e realizado. – Senhor Jesus, tira do meu coração toda suspeita
acerca de tua Ressurreição, e ajuda-me a ver nela a manifestação do amor do Pai
por ti” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho
nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).
Pe. João
Bosco Vieira Leite