(1Pd 5,5-14; Sl 88[89]; Mc 16,15-20) São Marcos, evangelista.
“A Igreja que está em Babilônia, eleita como
vós, vos saúda, como também Marcos, o meu filho” 1Pd 5,13.
“João,
apelidando Marcos, é o autor do segundo Evangelho. O santo bispo Hierápolis,
Pápias, morto em 130, escreve: ‘Marcos, intérprete de Pedro, escreveu
exatamente tudo aquilo que se lembrava... Marcos não ouviu o Senhor, porém mais
tarde ouviu Pedro’. A casa de Marcos, em Jerusalém, era um ponto de reunião
para os apóstolos e para a Igreja nascente. Nela encontrou refúgio são Pedro,
quando libertado prodigiosamente das cadeias. Ele chama Marcos de ‘meu filho’,
talvez por tê-lo batizado e tê-lo tido por companheiro na missão até Roma. O
primo Barnabé introduziu Marcos na fervorosa comunidade antioquena, composta
prevalentemente de cristãos convertidos do paganismo. Daí Marcos, com
entusiasmo juvenil, partiu com Paulo e Barnabé para a primeira viagem apostólica
a Chipre. Mas quando os dois missionários se dirigiram à Panfília, planejando
avançar para o interior, entre as populações bárbaras do Tauro, Marcos não
sentiu coragem para segui-los, como se lê nos Atos dos Apóstolos – ‘separou-se
de Paulo e Barnabé e voltou para Jerusalém’. Por isso, Paulo não o quis para a
segunda missão e preferiu separar-se do próprio Barnabé, que voltou junto com o
primo a Chipre. O desacordo durou pouco. Em 66 é o próprio Paulo que nos dá a
última informação sobre Marcos, quando escreve a Timóteo: ‘Toma contigo a
Marcos e traze-o, pois me é útil no ministério’. O apóstolo, encarcerado em
Roma, recorreu, portanto, outras vezes à ajuda do jovem Marcos. A tradição
encarrega-se de preencher o vazio, depois desta breve anotação: Marcos
dirigiu-se em missão à Alexandria do Egito e foi o primeiro bispo dessa cidade,
onde morreu como mártir; mas sobre isso nem são concordantes. Clemente e
Orígenes não dizem nada a propósito. As ‘Atas de Marcos’, um escrito do século
IV, estendem-se nas particularidades do martírio: acorrentado e arrastado pelas
ruas da cidade, foi depois lançado na prisão e torturado. Seu corpo, entregue
às chamas, foi salvo ‘in extremis’ pelos fiéis. No ano de 828, os restos
mortais do evangelista teriam sido roubados e levados para Veneza, que elevou
em sua honra, entre 976 e 1071, a esplêndida basílica” (Mario Sgarbosa – Os
santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente – Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite