Quinta, 25 de abril de 2024

(1Pd 5,5-14; Sl 88[89]; Mc 16,15-20) São Marcos, evangelista.

“A Igreja que está em Babilônia, eleita como vós, vos saúda, como também Marcos, o meu filho” 1Pd 5,13.

“João, apelidando Marcos, é o autor do segundo Evangelho. O santo bispo Hierápolis, Pápias, morto em 130, escreve: ‘Marcos, intérprete de Pedro, escreveu exatamente tudo aquilo que se lembrava... Marcos não ouviu o Senhor, porém mais tarde ouviu Pedro’. A casa de Marcos, em Jerusalém, era um ponto de reunião para os apóstolos e para a Igreja nascente. Nela encontrou refúgio são Pedro, quando libertado prodigiosamente das cadeias. Ele chama Marcos de ‘meu filho’, talvez por tê-lo batizado e tê-lo tido por companheiro na missão até Roma. O primo Barnabé introduziu Marcos na fervorosa comunidade antioquena, composta prevalentemente de cristãos convertidos do paganismo. Daí Marcos, com entusiasmo juvenil, partiu com Paulo e Barnabé para a primeira viagem apostólica a Chipre. Mas quando os dois missionários se dirigiram à Panfília, planejando avançar para o interior, entre as populações bárbaras do Tauro, Marcos não sentiu coragem para segui-los, como se lê nos Atos dos Apóstolos – ‘separou-se de Paulo e Barnabé e voltou para Jerusalém’. Por isso, Paulo não o quis para a segunda missão e preferiu separar-se do próprio Barnabé, que voltou junto com o primo a Chipre. O desacordo durou pouco. Em 66 é o próprio Paulo que nos dá a última informação sobre Marcos, quando escreve a Timóteo: ‘Toma contigo a Marcos e traze-o, pois me é útil no ministério’. O apóstolo, encarcerado em Roma, recorreu, portanto, outras vezes à ajuda do jovem Marcos. A tradição encarrega-se de preencher o vazio, depois desta breve anotação: Marcos dirigiu-se em missão à Alexandria do Egito e foi o primeiro bispo dessa cidade, onde morreu como mártir; mas sobre isso nem são concordantes. Clemente e Orígenes não dizem nada a propósito. As ‘Atas de Marcos’, um escrito do século IV, estendem-se nas particularidades do martírio: acorrentado e arrastado pelas ruas da cidade, foi depois lançado na prisão e torturado. Seu corpo, entregue às chamas, foi salvo ‘in extremis’ pelos fiéis. No ano de 828, os restos mortais do evangelista teriam sido roubados e levados para Veneza, que elevou em sua honra, entre 976 e 1071, a esplêndida basílica” (Mario Sgarbosa – Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente – Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite