Quinta, 11 de abril de 2024

(At 5,27-33; Sl 33[34]; Jo 3,31-36) 2ª Semana da Páscoa.

“De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, porque Deus lhe dá o Espírito sem medida”

Jo 3,34.

“A origem divina de Jesus permitiu-lhe falar das coisas de Deus com uma autoridade desconhecida. Até então, os sábios e doutores de seu tempo limitavam-se a interpretar as Escrituras, abusando-lhes sentidos ocultos. Nesse afã, acabavam por complicar tanto a Palavra de Deus a ponto de pensarem que somente um pequeno grupo de privilegiados estavam em condições de compreendê-la e praticá-la. Jesus rompeu com este esquema e se declarou apto para dar testemunho de tudo quanto viu ou ouviu do Pai. Ele não era rabi no sentido tradicional, e sua relação com as Escrituras era de total liberdade. Sua Palavra era a Palavra de Deus, comunicada à humanidade, sem necessitar de interpretações casuísticas e sofisticadas. Por outro lado, Jesus falava pela força do Espírito que lhe fora comunicado pelo Pai. Assim sendo, quem quisesse ter acesso à Palavra de Deus, em sua integridade, sem as deformações das intepretações humanas, necessitava recorrer a Jesus. Esta Palavra era penhor da vida, por colocar no caminho de Deus, quem se abrisse para ela. Pelo contrário, quem se fechasse à Palavra de Jesus e a recusasse, deveria pôr-se de sobreaviso, pois pesava sobre ele a ira de Deus. Isso porque fechar-se para Jesus redundava em fechar-se para Deus. E dar as costas à Palavra de Jesus corresponde a dar as costas para Deus. O discípulo precisa ponderar isso com cuidado. – Senhor Jesus, que a tua Palavra, testemunho do Pai, ecoe profundamente no meu coração e seja penhor de vida eterna (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas). 

Pe. João Bosco Vieira Leite