(Is 7,10-14; 8,10; Sl 39[40]; Hb 10,4-10; Lc 1,26-38) Anunciação do Senhor.
“Disse o
profeta: ‘Ouvi, então, vós, casa de Davi: será que achais pouco incomodar até
meu Deus?’” Is 7,13.
“O
capítulo 7 do Profeta Isaías é conhecido como o livro do Emanuel. Neste texto,
a palavra do profeta é uma forte denúncia contra a aliança que o rei se propõe
a fazer com a Assíria, recusando-se a pedir um sinal de Deus, demonstrando a
sua total desconfiança diante da providência e da intervenção divina. Firme em
sua opinião, o Rei Acaz não pensa na ajuda que lhe poderá vir de Deus, como em
todo o tempo há prometido e cumprido com o povo de Davi, desde que confiem nele
e busquem praticar a justiça. Isaías se opõe ao rei e anuncia que a sua recusa
em buscar um sinal de Deus trará a ruína total para o país. Isaias insiste com
o rei para que não se submeta ao preço das alianças políticas, mas que se
coloque reverente e confiante de Javé, o Deus da Aliança, realizador das
promessas de libertação do povo. Diante da resistência de Acaz, Isaias anuncia
que o próprio Deus dará um sinal ao povo: nascerá um menino, de uma virgem, que
será chamado Emanuel – Deus conosco –, cuja bondade, ternura e benevolência se
espalharão por toda parte. A tradição cristã tem interpretado este texto (cf.
Mt 1,23) como um anúncio do nascimento de Jesus. Profeticamente anunciava que
este menino seria o Messias e que a virgem que o traria ao mundo seria Maria de
Nazaré. Meditando este texto, podemos perguntar sobre a nossa vida de fé, onde
pomos a nossa confiança, de onde e como esperamos a ajuda de Deus... Quando
aceitamos que Deus atue em nossa vida, quando fortalecemos a nossa aliança com
Ele, somos capazes de viver na esperança, buscando em Deus nossa segurança e
salvação, que realiza maravilhas na nossa pequenez! – Ó Deus providente,
colocamos em ti a nossa esperança e a certeza de que conduzes a história da
humanidade com amor e benevolência insuperáveis” (Magda Brasileiro – Meditações
para o dia a dia [2015] Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite