(At 5,34-42; Sl 26[27]; Jo 6,1-15) 2ª Semana da Páscoa.
“Levantando
os olhos e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus
disse a Filipe: ‘Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?’” Jo 6,5.
“Jesus
revela a Sua alteridade divina preocupando-se com a vida dos seres humanos. Com
efeito, a superabundância dos recursos tornada disponível pela sua atuação,
parte da sua determinação em partilhar com os seres humanos a Si próprio e
quanto de material está à sua disposição. O Nazareno atua e a narração
evangélica faz compreender quanto seja diversa a relação que aqui se cria entre
Deus e os homens a respeito da que fora estipulada com libertação do Egito, do
pão ázimo da partida para o maná do deserto. A confiança no Pai – que Jesus
vive dando graças antes de repartir os pães e os peixes – está na base de uma
existência em que tudo é sinal da benevolência divina para os seres humanos e
convite à partilha com os semelhantes daquilo que se é e se tem. Tudo acontece
sem o temor, por vezes inibidor, de que tudo aquilo que está em nosso poder
seja pouco para tanta gente. O que verdadeiramente conta é partir dos nossos
recursos, espirituais e materiais, e levar uma vida que não procure a
exteriorização assombrosa como fim em si mesma, mas o nível máximo de
felicidade possível ao maior número de pessoas. Procurando que nada se perca,
aprendendo a utilizar a inteligência de coração para otimizar as energias e
capacidades próprias e alheias, colocando-as ao serviço dos seres humanos, sem
distinções nem complexos de superioridade ou inferioridade. Procurando ser à
imagem e semelhança do Deus de Jesus Cristo. – Senhor Jesus, que colocastes
à disposição dos seres humanos tudo aquilo que sois para o seu bem, ajudai-nos
a melhorar constantemente a nossa generosidade a favor de todos os que
encontramos na nossa vida” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Quaresma - Páscoa] – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite