(At 20,17-27; Sl 67[68]; Jo 17,1-11)
7ª Semana da Páscoa.
“Tudo o que é meu é
teu, e tudo que é teu é meu. E eu sou glorificado neles” Jo 17,10.
“A intimidade e a
total reciprocidade entre o Pai e o Filho permite uma troca completa. Ninguém retém
nada para si, mas o entrega totalmente ao outro. Somente uma coisa não é
permutável, pois ela é condição para qualquer comunhão e troca: o fato de o Pai
ser Pai e o fato do Filho ser Filho. Por mais que eles se identifiquem e
queiram ser uma coisa só, cada qual guarda a sua identidade. Um não é o outro.
Caso contrário, como seria possível a comunhão? As Pessoas divinas são
diferentes para poderem se inter-relacionar e na inter-relação se unirem a
ponto de, continuando diferentes, se uni-ficarem, quer dizer, ficarem um só
Deus. Assim o Pai representa o mistério insondável, o Filho participa desta
abissalidade. Ele co-existe eternamente com o Pai. O Filho não é apenas a
Palavra do Pai, mas também a Palavra para o Pai, palavra de amor e de
inteligência. Essa troca não se restringe ao Pai e ao Filho. Ela se abre para
fora e nos insere. A própria criação com toda a sua majestade, ordem,
criatividade, diversidade e unidade espelha a riqueza do próprio mistério de
comunhão trinitária. Por isso Jesus diz que em nós é glorificado. Todos filhos
e filhas no Filho. – Senhor, alegra-nos incomensuravelmente saber que participamos
da vida do Pai, do Filho e do Espírito Santo num jogo sem fim de amor, de troca
e de comunhão. Que o Espírito nos dê a força de estendermos esta comunhão a
todas as criaturas do universo, a começar pelos mais excluídos e
marginalizados. Amém” (Leonardo Boff – Graças a Deus [1995]
– Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite