Terça, 18 de maio de 2021

(At 20,17-27; Sl 67[68]; Jo 17,1-11) 

7ª Semana da Páscoa.

“Tudo o que é meu é teu, e tudo que é teu é meu. E eu sou glorificado neles” Jo 17,10.

“A intimidade e a total reciprocidade entre o Pai e o Filho permite uma troca completa. Ninguém retém nada para si, mas o entrega totalmente ao outro. Somente uma coisa não é permutável, pois ela é condição para qualquer comunhão e troca: o fato de o Pai ser Pai e o fato do Filho ser Filho. Por mais que eles se identifiquem e queiram ser uma coisa só, cada qual guarda a sua identidade. Um não é o outro. Caso contrário, como seria possível a comunhão? As Pessoas divinas são diferentes para poderem se inter-relacionar e na inter-relação se unirem a ponto de, continuando diferentes, se uni-ficarem, quer dizer, ficarem um só Deus. Assim o Pai representa o mistério insondável, o Filho participa desta abissalidade. Ele co-existe eternamente com o Pai. O Filho não é apenas a Palavra do Pai, mas também a Palavra para o Pai, palavra de amor e de inteligência. Essa troca não se restringe ao Pai e ao Filho. Ela se abre para fora e nos insere. A própria criação com toda a sua majestade, ordem, criatividade, diversidade e unidade espelha a riqueza do próprio mistério de comunhão trinitária. Por isso Jesus diz que em nós é glorificado. Todos filhos e filhas no Filho. – Senhor, alegra-nos incomensuravelmente saber que participamos da vida do Pai, do Filho e do Espírito Santo num jogo sem fim de amor, de troca e de comunhão. Que o Espírito nos dê a força de estendermos esta comunhão a todas as criaturas do universo, a começar pelos mais excluídos e marginalizados. Amém (Leonardo Boff – Graças a Deus [1995] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite