(Eclo 51,17-27; Sl 18[19B]; Mc 11,27-33)
8ª Semana do Tempo Comum.
“Então eles
responderam a Jesus: ‘Não sabemos’. E Jesus disse: ‘Pois eu também não vos digo
com que autoridade faço essas coisas” Mc 11,33.
“Não o não saber, mas
o não se comprometer afasta de Deus. Os mestres da lei que
perguntavam para testar Jesus e procurar prendê-lo se deparam com o dilema de
todo seguidor: proclamar que Jesus é o Senhor e aceitar as consequências ou
manter um silêncio superficialmente confortável e não tomar partido. Novamente,
não é o conhecimento que transforma a vida, pois eles sabiam que o batismo de
João era obra dos céus, mas não se deixaram tocar pelo que sabiam ser a
verdade. Quanto de Deus nós conhecemos e preferimos vantajosamente ignorar? Todo
o testemunho de Jesus foi de acolhida, de misericórdia, de compaixão... Nós
preferimos pular toda essa parte, que nos provoca a sair de nós mesmos e ir ao
encontro do outro para servir. Enquanto persistirmos nessa morosidade, não
podermos conhecer verdadeiramente nosso Deus, não poderemos fazer a experiência
do que significa ser filho de Deus, não colaboramos com seu projeto. A
autoridade de Jesus vem dessa participação, dessa comunhão trinitária, Deus
Pai, Filho e Espírito Santo que age livremente onde quer, sempre em comunidade.
Age e reflete nos seres humanos essa forma de agir e de ser. Participar, criar
comunhão, construir um mundo mais justo e fraterno, um verdadeiro mundo onde
Deus é o Senhor – Reino de Deus – isso é conhecer a verdadeira fonte da autoridade
de Jesus: Ele mesmo, em comunhão com o Pai e o Espírito, num projeto trinitário
de salvação e santificação. – Queremos, Senhor, reconhecer somente a ti
como único valor em nossa vida. Só Tu és bom, a tua bondade é que transforma
todas as coisas em boas. Dá-nos reconhecer sempre que tudo conduz a ti, e
percorrermos com alegria esse caminho, em cada instante da nossa vida. Amém!” (Clauzemir
Makximotiv – Meditações para o dia a dia [2015]
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite