(At 18,1-8; Sl 97[98]; Jo 16,16-20)
6ª Semana da Páscoa.
“Em verdade, em
verdade vos digo, vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará.
Vós ficareis tristes,
mas a vossa tristeza se transformará em alegria” Jo 16,20.
“Segundo S. Paulo há
dois tipos de tristeza. A tristeza segundo Deus e a tristeza segundo o mundo
(2Cor 7,10). A tristeza segundo Deus é benfazeja. Ela surge quando nos damos
conta dos nossos pecados. Sofremos com nossas misérias, algumas insuperáveis.
Mas confiamos em Deus e nos arrependemos. Ela se converte em alegria porque nos
é garantido o perdão e a reconciliação com Deus. A tristeza segundo o mundo é
aquela que é fruto do gozo insensato, da alegria feita de consumo de bens
meramente materiais, da entrega às paixões menores. O que parece alegria se
converte em tristeza porque deixa o vazio, o sentimento de irrealização e de
frustração. Nada neste mundo nos é dado sem um preço a ser pago. As virtudes
custam renúncias. O seguimento do evangelho implica denúncias contra desmandos
neste mundo que podem nos trazer aborrecimentos e perseguições. Mas se nos
mantivermos firmes e perseverantes, saboreamos em alegria que só a coerência da
fé nos pode conceder. Ela nasce de dentro, a partir da fidelidade na opção e na
transparência de nossas intenções. É desta alegria que Jesus nos fala e que ele
promete a seus seguidores. – Senhor, que nossa alegria seja
consequência de nossa luta contra nós mesmos, contra o que é menor em nosso
coração e que seja fruto de nosso compromisso com o Evangelho da libertação.
Amém” (Leonardo Boff – Graças a Deus [1995] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite