(At 1,1-11; Sl 46[47]; Ef 1,17-23; Mc 16,15-20)
1. Dentro dessa pedagogia catequética
da fé, celebramos hoje a Ascensão do Senhor. Essa passagem de Jesus
ressuscitado para a glória do Pai que não é outra coisa senão o aspecto
plenificante do acontecimento único que é o mistério pascal de Cristo.
2. Com essa festa duas coisas temos que
ter presente, uma com respeito a Jesus: Ele é constituído, pelo Pai, Senhor do
universo e da história, cabeça da nova humanidade e da Igreja que é seu corpo e
sua plenitude. A outra com respeito a nós: o mandamento missionário, o envio
para evangelização e testemunho.
3. A expressão “sentou-se a
direita de Deus Pai”, que passou para o nosso credo, evidencia o pleno
poder salvador de Jesus em igualdade com o Pai e o Espírito como Deus que é.
Paulo apresenta esse mistério para nós na 2ª leitura.
4. No texto que acabamos de escutar,
acolhemos claramente esse mandato de caráter universal, e não meramente local,
para levar a Boa-Nova. A fé conduz ao batismo como expressão da mesma. Mas há
uma condenação para aqueles que resistem à mensagem, mesmo tendo sido tocados
por ela.
5. A missão se dá em dois tempos:
anúncio e sinais. O anúncio direto e o testemunho pessoal e comunitário
mediante os sinais de libertação. Em ambos os setores Jesus está presente com a
ação de seu Espírito. Ele não se ausenta do mundo e da comunidade eclesial;
somente muda, hoje em dia, seu modo de presença.
6. Esse anúncio direto se dá por todos
os meios ao nosso alcance: palavra, liturgia, meios de comunicação social,
literatura, arte, festas, convivência. Anúncio respeitoso com a pessoa, no
estilo de Jesus; sem impor; sem ameaçar, mas ofertando a salvação que liberta.
7. O anúncio e a palavra devem vir
acompanhados, como fez Jesus, com o testemunho eficaz dos sinais, isto é, com o
compromisso dos cristãos pela promoção integral do ser humano, partindo de sua
dignidade de pessoa e condição de filho de Deus e irmão dos demais.
8. “A celebração da Ascensão do
Senhor urge-nos a passar da comodidade dos bons sentimentos à realidade dos
fatos, mesmo chegando a complicar nossa vida por amor de Cristo e dos irmãos
mais oprimidos. Somente assim cumpriremos como discípulos de Jesus a tarefa de
tornar real hoje em dia em nosso mundo o Cristo, esperança e salvação de Deus
para o homem” (Basilio Caballero – Nas Fontes da Palavra -
Santuário).
Pe. João Bosco Vieira Leite