Sexta, 7 de maio de 2021

(At 15,22-31; Sl 56[57]; Jo 15,12-17) 

5ª Semana da Páscoa.

“Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos” Jo 15,13.

“A lei áurea, testemunhada em quase todas as religiões, no Antigo e no Novo Testamento diz: ‘não faças aos outros o que não queres que te façam a ti’, ou então, em outra formulação: ‘ame o próximo como a ti mesmo’. Jesus se insere dentro desta tradição. Sua grandeza não se faz desmerecendo os outros. Mas ele vai além. Sugere um amor que transcende o amor a si próprio, feito referência para o amor aos outros. Amor que leva a dar a vida em prol dos amigos. São Paulo viu uma nuança ainda mais aguda no amor de Cristo. Ele nos amou ainda quando éramos seus inimigos e pecadores (Rm 5,8). Aqui há um excesso de generosidade que nos comove. Precisamos entrar na experiência de Jesus para captarmos a profundidade desse amor. Jesus se sabe nosso irmão maior. Isso para ele não é uma doutrina. É uma experiência. Nós seus irmãos estamos desgarrados, andando longe do amor de Deus. Isso o faz sofrer. E permite que se desentranhe nele uma misericórdia sem limites. Desceria ao inferno para resgatar seus irmãos e irmãs. O amor, por natureza, não conhece medida. Se dar a vida para os amigos revela um amor maior. Dar a vida para os inimigos revela a superabundância do amor, seu caráter divino. Jesus viveu este amor. É esse tipo de amor que deve ser colocado como nosso critério e ponto de referência para qualquer radicalismo cristão. – Senhor, Te agradecemos porque por Teu amor de distantes nos fizestes próximos e de próximos nos fizeste irmãos e irmãs. Entregaste a Tua vida para que tivéssemos vida em abundância. Faze que para a fome de amor, só o amor sirva de ceia. Amém” (Leonardo Boff – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite