(At 28,16-20.30-31; Sl 10[11]; Jo 21,20-25)
7ª Semana da Páscoa.
“Quando Pedro viu
aquele discípulo, perguntou a Jesus: ‘Senhor, o que vai ser deste?’” Jo 21,21.
“Pedro queria saber
como seria o futuro discípulo que Jesus amava. Mas Jesus lhe respondeu: ‘Que te
importa?’ (21,22). Não adianta especular sobre a duração da minha vida, sobre o
seu sucesso ou fracasso. O que importa é apenas que eu siga Jesus e viva o seu
amor. O resto não tem importância. O sucesso da vida depende da disposição de
deixar que Jesus me abra os olhos para o mistério do amor. Na tradução
ecumênica, as palavras de Jesus em 21,22 rezam: ‘Se eu quero que ele fique até
que eu venha, que te importa?’ Traduzindo a expressão grega ‘heos erchomai’ com
mais precisão, deveríamos dizer ‘enquanto venho’ e não ‘até que venha’ (cf.
SANFORD, 1977, p. 211s, v.2). O discípulo amado representaria, então, uma outra
maneira de seguir Jesus. Pedro é o ativista que quer proclamar ativamente a
mensagem de Jesus. O discípulo amado não modifica o mundo por meio de suas
ações, e sim por meio do seu ser, mantendo-se aberto para Cristo, que vem a ele
a todo momento para morar com ele. Sanford cita Allan Anderson que diz a
respeito dessas pessoas: ‘Um homem desse nada faz, mas tudo é feito’ (ibid.,
212). Se esta tradução for correta, e segundo a gramática grega ela o é, então
o discípulo amado representa o místico que vive totalmente o instante presente
experimentando em cada momento a vinda do Cristo dentro de sua alma” (Anselm
Grüm – Jesus: Porta para a Vida – Loyola).