(Eclo 42,15-26; Sl 32[33]; Mc 10,46-52)
8ª Semana do Tempo Comum.
“Jesus saiu de Jericó
junto com seus discípulos e uma grande multidão. O filho de Timeu, Bartimeu,
cego e mendigo,
estava sentado à beira do caminho” Mc 10,46.
“Imediatamente antes
da descrição da entrada triunfal em Jerusalém e da paixão, Marcos conta o
episódio da cura do cego Bartimeu. Um mendigo cego está sentado à beira da
estrada pedindo esmolas. Quando ouve que Jesus de Nazaré está passando, começa
a gritar: ‘Filho de David, Jesus, tem compaixão de mim!’ (10,47). Os discípulos
se irritam. Querem a atenção exclusiva de Jesus, querem conversar com ele. Os
gritos do mendigo os estão atrapalhando. As pessoas que acompanham Jesus mandam
o mendigo ficar quieto. Mas esse continua gritando mais alto. Fico
impressionado com a insistência do pedinte. Comigo costuma acontecer o
contrário: quando me negam um pedido, prefiro retirar-me. Procuro, então,
ajudar-me a mim mesmo. Mas, muitas vezes, fica um resto de amargura dentro de
mim. Bartimeu não para de pedir. Ele chega a enfrentar a resistência das
pessoas. Quer ser ouvido. Insiste em seu desejo de voltar a ver e ser visto.
Jesus para. Ele ouve o grito do necessitado. A aflição dele passa a ser mais
importante do que a conversa com os outros. Ele sente que o mendigo está
ansiando realmente por salvação e cura. Manda chama-lo. De repente, as pessoas
também mudam de atitude. Como Jesus está chamando o mendigo, deixam a irritação
de lado e até passam a incentivar Bartimeu: ‘Confiança! Levanta-se, ele te
chama’ (10,49). Bartimeu se desfaz, então, de seu manto, levanta-se num salto e
vai ao encontro de Jesus. Já não precisa do manto que o envolveu. Ele larga
seus papéis estereotipados, suas máscaras que escondiam seu verdadeiro ser.
Indefeso e franco ele se aproxima de Jesus com todas as necessidades e
verdades. Apresenta-se como ele é” (Anselm Grün – Jesus,
Caminho para a Liberdade – Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite