(Dn 7,9-10.13-14; Sl 137[138]; Jo 1,47-51)
Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael.
E Jesus continuou:
‘Em verdade, em verdade, eu vos digo, vereis o céu aberto e os anjos de Deus
subindo e descendo sobre o Filho do Homem’” Jo 1,51.
“O novo calendário
reuniu em uma só celebração os três arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, cuja
festa caía respectivamente a 29 de setembro, a 24 de março e a 24 de outubro.
Da existência destes anjos fala explicitamente a Sagrada Escritura, que lhes dá
um nome e lhes determina a função. São Miguel, o antigo padroeiro da Sinagoga,
é agora padroeiro da Igreja Universal; são Gabriel é o anjo da encarnação e
talvez da agonia do jardim das oliveiras; são Rafael é o guia dos viajantes.
São Miguel, em particular, foi cultuado desde os primeiros séculos de história
do cristianismo. O imperador Constantino erigiu-lhe um santuário nas margens do
Bósforo, em terra europeia, enquanto Justiniano construí-lhe um no lado oposto.
A data de 29 de setembro corresponde à da consagração da igreja dedicada no
século V a são Miguel, a seis milhas da via Salária. A festividade difundiu-se
rapidamente no Ocidente e no Oriente. Em Roma foi-lhe dedicado o célebre
mausoléu de Adriano, agora conhecido com o nome de Castelo de Santo Ângelo. A
são Miguel é dedicado o antigo santuário, surgido no século VI, que do Monte
Galano, na Púglia, domina o mar Adriático. Nas proximidades desta igreja, a 8
de maio de 663, os longobardos obtiveram vitória no encontro naval com a frota
sarracena, e o acontecimento da vitória, atribuída a uma aparição do anjo, deu
origem a uma segunda festa, transferida depois para 29 de setembro. São
Gabriel, ‘aquele que está diante de Deus’ (é seu ‘cartão de visita’, quando vai
anunciar a Maria a sua escolha para Mãe do Redentor), é o anunciador por
excelência das revelações divinas. É ele que explica ao profeta Daniel como se
dará a plena restauração, da volta do exílio ao advento do Messias. A ele é
confiado o encargo de anunciar o nascimento do Precursor, João, filho Zacarias
e de Isabel. A missão mais alta que nunca foi confiada à criatura alguma é
ainda sua: anunciar a Encarnação do Filho de Deus. Ele tem um prestígio muito
especial até mesmo entre os maometanos. São Rafael, falado em um só livro da
Sagrada Escritura, é o acompanhante do jovem Tobias, e por isso sua função é
tida como guia de todos os que viajam. Foi ele que sugeriu ao jovem protegido o
remédio para a cura da cegueira do pai, por isso é invocado também como curador
(etimologicamente seu nome significa ‘Deus curou’). Sua festa a 24 de outubro
havia entrado no calendário romano somente a partir de 1921” (Mario Sgarbosa
e Luigi Giovannini – Um Santo para cada Dia – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite