(1Cor 8,1-7.11-13; Sl 138[139]; Lc 6,27-38)
23ª Semana do Tempo Comum.
“A vós que me
escutais, eu digo: amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam” Lc 6,27.
“O ápice do testemunho
cristão acontece no amor aos inimigos, que atinge as raias do heroísmo. Esta é
a pedra de tropeço de muitos discípulos que consideram absurda uma tal
exigência. Por que Jesus não omitiu de sua pregação este elemento? Seria
possível considerar o amor aos inimigos como um componente opcional de sua
doutrina? O Mestre buscou aproximar, o máximo possível, o modo de agir dos
discípulos com o modo de ser de Deus. Portanto, eles devem amar os inimigos,
porque é assim que o Pai age em relação à humanidade que constantemente o
ofende pelo pecado. Ele, no entanto, sempre está pronto a refazer os laços de
amizade. A misericórdia do Pai deve pautar a ação dos discípulos de Jesus. Sem
isto, os discípulos em nada se diferenciam dos pagãos. Estes gostam apenas
daqueles que lhe fazem o bem, e estão sempre prontos a revidar a ofensa
recebida, até o ponto de destruir a vida de quem os ofendeu. Os discípulos do
Reino devem agir de maneira diferente. Não sendo passivos, nem agindo por medo,
mas sim com plena consciência e liberdade. Eles sabem que, agindo assim,
estarão dando testemunho do amor característico do Reino, e quebrando a espiral
de violência que arruína o projeto de Deus para a humanidade. O amor heroico
tem, portanto, uma vertente missionária. Tem a força de converter para o Reino
e para o amor pessoas de boa vontade, em busca dos caminhos de Deus. – Pai,
predispõe-me a amar meus inimigos e perseguidores. Só assim estarei dando
testemunho do amor que devotas a cada ser humano” (Pe. Jaldemir
Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] -
Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite