Quinta, 17 de setembro de 2020

(1Cor 15,1-11; Sl 117[118]; Lc 7,36-50) 

24ª Semana do Tempo Comum.

“Um fariseu convidou Jesus para uma refeição em sua casa. Jesus entrou na casa do fariseu e pôs-se a mesa” Lc 7,36.

“A dinâmica da conversão, assim como se expressa na cena evangélica, articula-se a partir de dupla vertente: uma humana, e outra divina. Deste encontro brota a conversão. Da parte da mulher pecadora nota-se um profundo amor por Jesus. Pelos costumes da época, um mestre costumava manter-se afastado das pessoas de má fama. A mulher teve coragem para enfrentar o bem conhecido preconceito farisaico. E não receou ser humilhada, já que sua condição de pecadora era de conhecimento público. Tudo aquilo valia a pena por causa de Jesus. Por isso, decidiu-se a lavar-lhe os pés e cobri-los de beijos e perfume, enquanto ele fazia refeição na casa de um fariseu. Da parte do Mestre, ou seja, da parte de Deus, tudo foi reconhecimento, acolhida e perdão. Não dava para ficar impassível diante de tamanha prova de amor! Jesus reconhecia que essa grande manifestação de amor correspondia à consciência da grandiosidade do perdão recebido de Deus. Só quem experimenta ser perdoado, como essa mulher, pode compreender a sinceridade de seu gesto. O fariseu Simeão perdeu a chance de partilhar a sublimidade do que estava acontecendo em sua casa. Seu preconceito contra a mulher (considerada um ser vulgar e desprezível) e contra Jesus (tido na conta de um impostar, travestido de profeta) impediu-o de ver o amor de Deus derrama-se abundante dentro de seu lar. – Pai, faze-me nutrir um amor tão entranhado a Jesus a ponto de não ter vergonha de manifestá-lo em nenhuma circunstância, mesmo correndo o risco de ser mal compreendido (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] - Paulinas).

 

Santo do Dia:

São Roberto Belarmino, bispo e doutor da Igreja. Nasceu em Montepulciano em 1542 de uma rica e numerosa família toscana. Ingressou em 1560 na Companhia de Jesus. Estudou teologia em Pádua e Lovaina e em 1576 tornou-se o primeiro titular da cátedra de apologética, isto é, de defesa da ortodoxia católica na Universidade Gregoriana. Foi eleito cardeal e arcebispo de Cápua em 1599, tornando a Roma tempos depois. Escreveu muitas obras exegéticas, pastorais e ascéticas. Os compromissos escolásticos nunca o distraíram da oração. Como diretor espiritual, esteve ao lado de são Luís Gonzaga até os últimos instantes de vida. Também escreveu um Catecismo que muito serviu a tantas gerações de meninos para aprender as verdades fundamentais da fé professada no batismo. Entre as suas obras está A arte de bem morrer, sobre o despedir-se da vida com serenidade e desapego. Morreu em Roma a 17 de setembro de 1621 e o processo de beatificação, logo iniciado, só aconteceu em 1930 onde também foi canonizado e nomeado doutor da Igreja.   

  Pe. João Bosco Vieira Leite