(1Cor 15,1-11; Sl 117[118]; Lc 7,36-50)
24ª Semana do Tempo Comum.
“Um fariseu convidou
Jesus para uma refeição em sua casa. Jesus entrou na casa do fariseu e pôs-se a
mesa” Lc 7,36.
“A dinâmica da
conversão, assim como se expressa na cena evangélica, articula-se a partir de
dupla vertente: uma humana, e outra divina. Deste encontro brota a conversão.
Da parte da mulher pecadora nota-se um profundo amor por Jesus. Pelos costumes
da época, um mestre costumava manter-se afastado das pessoas de má fama. A
mulher teve coragem para enfrentar o bem conhecido preconceito farisaico. E não
receou ser humilhada, já que sua condição de pecadora era de conhecimento
público. Tudo aquilo valia a pena por causa de Jesus. Por isso, decidiu-se a
lavar-lhe os pés e cobri-los de beijos e perfume, enquanto ele fazia refeição
na casa de um fariseu. Da parte do Mestre, ou seja, da parte de Deus, tudo foi
reconhecimento, acolhida e perdão. Não dava para ficar impassível diante de
tamanha prova de amor! Jesus reconhecia que essa grande manifestação de amor
correspondia à consciência da grandiosidade do perdão recebido de Deus. Só quem
experimenta ser perdoado, como essa mulher, pode compreender a sinceridade de
seu gesto. O fariseu Simeão perdeu a chance de partilhar a sublimidade do que
estava acontecendo em sua casa. Seu preconceito contra a mulher (considerada um
ser vulgar e desprezível) e contra Jesus (tido na conta de um impostar,
travestido de profeta) impediu-o de ver o amor de Deus derrama-se abundante
dentro de seu lar. – Pai, faze-me nutrir um amor tão entranhado a Jesus
a ponto de não ter vergonha de manifestá-lo em nenhuma circunstância, mesmo
correndo o risco de ser mal compreendido” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] - Paulinas).
Santo do Dia:
São Roberto
Belarmino, bispo e doutor da Igreja. Nasceu em Montepulciano em 1542 de uma
rica e numerosa família toscana. Ingressou em 1560 na Companhia de Jesus.
Estudou teologia em Pádua e Lovaina e em 1576 tornou-se o primeiro titular da
cátedra de apologética, isto é, de defesa da ortodoxia católica na Universidade
Gregoriana. Foi eleito cardeal e arcebispo de Cápua em 1599, tornando a Roma
tempos depois. Escreveu muitas obras exegéticas, pastorais e ascéticas. Os
compromissos escolásticos nunca o distraíram da oração. Como diretor
espiritual, esteve ao lado de são Luís Gonzaga até os últimos instantes de vida.
Também escreveu um Catecismo que muito serviu a tantas gerações de meninos para
aprender as verdades fundamentais da fé professada no batismo. Entre as suas
obras está A arte de bem morrer, sobre o despedir-se da vida com
serenidade e desapego. Morreu em Roma a 17 de setembro de 1621 e o processo de
beatificação, logo iniciado, só aconteceu em 1930 onde também foi canonizado e
nomeado doutor da Igreja.
Pe. João Bosco Vieira Leite