Terça, 22 de setembro de 2020

(Pr 21,1-6.10-13; Sl 118[119]; Lc 8,19-21) 

25ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus respondeu: ‘Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus

e a põem em prática’” Lc 8,21.

“A adesão ao Reino faz dos discípulos uma grande família. Esta consciência é imprescindível na vida de todo cristão. Ser cristão egoísta, com mentalidade de gueto ou de seita, rompido com os irmãos de fé, é uma contradição. Infelizmente, ao longa da história, os discípulos de Jesus não levaram a sério a orientação do Mestre. O resultado foram inúmeras divisões entre os cristãos, cuja superação é difícil de entrever. Ao contrário, multiplicam-se de maneira inconsciente e inconsequente, com graves danos para o projeto de Reino ansiado por Jesus. O Reino irrompe na vida das pessoas e torna-as discípulas no momento em que, ouvindo a Palavra de Deus, dispõem-se a torná-la realidade. Os imperativos do Reino não comportam discussão. Que discípulo questionará a exigência de perdoar? Ou, então, de viver como irmãos e irmãs, filhos e filhas do mesmo Deus Pai-Mãe? Ou o lugar que os pobres pecadores ocupam no coração de Deus? A contradição consiste em se dizer discípulo, seguidor de Jesus, mas de fato, virar as costas para os imperativos do Reino. E se deixam guiar pelas paixões que o colocam na contramão do querer de Deus. A condição do discípulo do Reino é, assim, negada pelo testemunho de vida. Um sinal incontestável da inautenticidade do discípulo será perceptível na incapacidade de formar comunidade e viver como família do Reino, querendo bem aos que, como ele, também optaram por se deixar guiar pela vontade de Deus. – Pai, reforça em mim a consciência de pertencer à tua família, com a obrigação de viver em comunhão com os irmãos e irmãs que optaram pelo mesmo projeto de vida (Jaldemir Vitório – Dia a dia nos passos de Jesus [Ano A] – Paulinas).

 

Santo do Dia:

Santos Maurício e companheiros, mártires. Nossos santos remontam o século III. Maurício, Exupério, Cândido e outros companheiros cristãos que pertenciam à legião tebana, foram submetidos à flagelação e depois decapitados por se recusarem a prosseguir contra a Gália numa expedição que iria punir os cristãos ou (conforme outra narração) por se recusarem a sacrificar aos deuses antes de marchar contra os rebeldes bagaudi. Após uma humilhante flagelação pública, não conseguindo dobrar-lhes a obediência, toda a legião foi decapitada (milhares de soldados; segundo a Paixão dos Mártires (escrita por Euquério, bispo de Lion), talvez seis mil, é mais provável que tinha sido uma coorte). Existem alguns testemunhos antigos do culto dos mártires de Agaunum, onde escavações efetuadas em 1893 descobriram os restos de uma basílica primitiva do século IV. 

Pe. João Bosco Vieira Leite