(1Cor 7,25-31; Sl 44[45]; Lc 6,20-26)
23ª Semana do Tempo Comum.
“Jesus, levantando os
olhos para os seus discípulos disse: ‘Bem-aventurados vós, os pobres, porque
vosso é o Reino de Deus! Bem aventurados vós, que agora tendes fome, porque
sereis saciados!’” Lc 6,20-21a.
“Pobreza é vida no
limite entre sobrevivência e carência. Basta um escorregão para a miséria de
vez tomar conta e a fome tornar-se a antessala da morte. Quando, pois, se fala
de amor, é o pobre o alvo preferencial desse nobre sentimento porque o amor se
volta para quem dele precisa. E quando as pessoas da boa vontade de Deus se
preocupam com os pobres, elas estão só colocando em prática a vontade e o
mandamento principal de Deus. Jesus, porém, vê uma pobreza ainda maior no
âmbito espiritual, uma fome sem comparação: a fome por algo indefinível, a
fome, em última análise, por Deus. Muitos, endurecidos, certamente não a sentem
ou se satisfazem numa autoidolatria. Ou ainda, conforme Is 55,1-2, gastam seus
recursos naquilo que não é verdade. A todos, porém, Deus quer satisfazer com o
verdadeiro pão, com a sua presença. Não é por outro motivo que o próprio Jesus
mandou pregar o Evangelho a toda criatura, devassando mares e continentes para
anunciar que Ele, Jesus, o Cristo, é o Salvador, é aquele que supera a
alienação entre Deus e os seres humanos perdoando completamente os pecados
humanos. – Senhor Jesus, neste mundo nós somos de ti porque ansiamos
por ti, pelo teu perdão, pela comunhão contigo, pela vida que Tu nos dás. Mas,
paradoxalmente, nessa pobreza já somos ricos, ricos sem medida, porque, ao
sofrermos a carência, já temos a promessa de que tuas bênçãos são derramadas em
nós. Amém” (Martinho Lutero Hoffmann – Meditações para o dia a dia [2015]
– Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite