Quarta, 9 de setembro de 2020

(1Cor 7,25-31; Sl 44[45]; Lc 6,20-26) 

23ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus, levantando os olhos para os seus discípulos disse: ‘Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! Bem aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados!’” Lc 6,20-21a.

“Pobreza é vida no limite entre sobrevivência e carência. Basta um escorregão para a miséria de vez tomar conta e a fome tornar-se a antessala da morte. Quando, pois, se fala de amor, é o pobre o alvo preferencial desse nobre sentimento porque o amor se volta para quem dele precisa. E quando as pessoas da boa vontade de Deus se preocupam com os pobres, elas estão só colocando em prática a vontade e o mandamento principal de Deus. Jesus, porém, vê uma pobreza ainda maior no âmbito espiritual, uma fome sem comparação: a fome por algo indefinível, a fome, em última análise, por Deus. Muitos, endurecidos, certamente não a sentem ou se satisfazem numa autoidolatria. Ou ainda, conforme Is 55,1-2, gastam seus recursos naquilo que não é verdade. A todos, porém, Deus quer satisfazer com o verdadeiro pão, com a sua presença. Não é por outro motivo que o próprio Jesus mandou pregar o Evangelho a toda criatura, devassando mares e continentes para anunciar que Ele, Jesus, o Cristo, é o Salvador, é aquele que supera a alienação entre Deus e os seres humanos perdoando completamente os pecados humanos. – Senhor Jesus, neste mundo nós somos de ti porque ansiamos por ti, pelo teu perdão, pela comunhão contigo, pela vida que Tu nos dás. Mas, paradoxalmente, nessa pobreza já somos ricos, ricos sem medida, porque, ao sofrermos a carência, já temos a promessa de que tuas bênçãos são derramadas em nós. Amém (Martinho Lutero Hoffmann – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite