Quinta, 01 de outubro de 2020

(Jó 19,21-27; Sl 26[27]; Lc 10,1-12) 

26ª Semana do Tempo Comum.

“Permanecei naquela mesma casa, comei e bebi do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa” Lc 10,7.

“Hoje Jesus fala da missão apostólica. Lucas é o único a mencionar este envio dos setenta e dois. Como fizera com os Doze, Jesus instruiu os setenta e dois discípulos enviados, dois a dois, a preparar sua passagem a caminho de Jerusalém. As orientações dadas por Jesus deixavam os discípulos numa situação de fragilidade. A pobreza material levava-os a depender da caridade alheia. Como se sabe, nem todo mundo está disposto a ajudar. Servidores do Reino, competia-lhes dispor as pessoas para acolher o Mestre e sua mensagem, deixando-se converter para Deus. Tarefa difícil, se considerarmos que os discípulos se encontravam em território samaritano, cuja hostilidade contra os judeus era bem conhecida. Está aumentando o número de trabalhadores para a colheita. Por isso, as instruções de Jesus insistem em apresentar as dificuldades que deverão enfrentar. Eles serão ‘como cordeiros entre lobos’. Estarão em condições de desigualdade, podendo ser vítimas fatais da agressão dos habitantes das cidades que iriam visitar. Portanto, a missão exige apóstolos destemidos. Deveriam contar com a possibilidade de verem sua saudação de paz ser recusada. Mas caso a paz fosse desejada a alguém indigno dela, seria como se o augúrio não tivesse sido pronunciado. Nosso mundo, nossas famílias, nosso eu pessoal, têm necessidade de paz. Nossa missão é urgente e apaixonante. Os apóstolos deveriam saber superar a experiência de rejeição. Com um gesto simbólico – sacudir a poeira das sandálias –, deixariam claro que a cidade seria entregue à condenação divina, por ter sido incapaz de acolher o anúncio do Reino, a sorte dessa cidade fechada à hospitalidade ao Messias seria pior que a de Sodoma. – Senhor Jesus, afasta para longe de mim todo medo das dificuldades na missão e assim confirma minha missão de servidor do Reino (Sônia de Fátima Marani Lunardelli – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).

 

Santo do Dia:

Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face, virgem. Teresa Martin nasceu em Alençon, na França, em 1873 e morreu em 1897; deu à sua breve existência o cunho inigualável do sorriso, expressão daquela alegria ultraterrena, que segundo as suas palavras ‘não está nos objetos que nos circundam, mas reside no íntimo mais profundo da alma’. Inclinada por temperamento à calma e à tristeza, Teresa, com lindos cabelos loiros, olhos azuis, traços delicados, alta, extraordinariamente bonita, quando escrevia no seu diário: ‘Oh! Sim, tudo me sorrirá aqui na terra’, era uma época em que estava experimentando injustiças e incompreensões. Já atingida pela tuberculose pulmonar, debilitada nas forças, não rejeitava trabalho algum e continuava ‘a jogar para Jesus flores de pequenos sacrifícios’. Deixou o relato de suas experiências interiores no que viria ser publicado sob o título Histórias de uma Alma. Ela deu ao seu itinerário espiritual o título de Infância espiritual, numa tentativa humilde de fazer-se pequena como uma criança, e oferecer-se como um brinquedo nas mãos do Menino Jesus. Mesmo vivendo essa particular espiritualidade nos nove anos que passou no Carmelo de Lisieux, não esteve alienada do mundo ao seu redor. Esteve tão imersa na realidade da vida eclesial a ponto de ser declarada em 1927, dois anos depois de ser elevada às honras dos altares, padroeira principal das missões, e ser invocada dede 1944 como padroeira secundária da França, ao lado da guerreira Joana D’Arc.   

 Pe. João Bosco Vieira Leite