Sábado, 12 de setembro de 2020

(1Cor 10,14-22; Sl 115[116]; Lc 6,43-49) 

23ª Semana do Tempo Comum.

“Por que me chamais: ‘Senhor! Senhor!’, mas não fazeis o que eu digo?” Lc 6,46.

“Muitos têm a estranha capacidade de departamentalizar suas vidas. Dentro do templo, envolvidos por um clima emocional, sentem-se cheios de boas intenções, têm remorsos pelos males que cometem e louvam a Deus, com emoção. Entretanto, ao saírem da Igreja deixam lá uma parte de si. Consideram o mundo como que uma selva, onde é lícito, para sobreviver e vencer, usar de todos os meios. Pensam que não importa mentir, enganar para levar vantagem, explorar, ser indiferente ao sofrimento alheio, porque ‘cada um cuida de si’, e assim por diante... É paradoxal, incongruente, este tipo de comportamento. Bem próprio dos fariseus, os únicos a quem Jesus condenou, chamando-os de ‘sepulcros caiados’. E necessário refletirmos bastante sobre o assunto. São milhões e milhões de cristãos no planeta e, cada dia mais, a vida se torna cruel e injusta, não pela vontade divina, mas pela ação do próprio homem. Onde está o equilíbrio ou a lógica disto? Como pode um mundo cheio de pessoas que se dizem cristãs ou religiosas, de qualquer ordem, ser tão desumano, cheio de guerras, ódio, angústia e terror? Alguma coisa não se encaixa. Algo está errado. E, se fizermos um exame de consciência bem sincero, veremos que todo este quadro terrível é o somatório de nossos erros e de nossas fraquezas pessoais. Ao invés de clamarmos, para que outros o escutem: ‘Senhor, Senhor!’, procuremos seguir, com humildade, o caminho de Jesus. Nele está a verdade e a vida e só através dele chegaremos ao Pai. – Jesus amado, ensinai-nos a humildade de reconhecermos os nossos erros e, com a vossa ajuda, aparar as arestas de nosso espírito renascendo para uma vida mais plena e gloriosa. Amém (Maria Luiza Silveira Teles – Graças a Deus [1995] – Vozes).        

Pe. João Bosco Vieira Leite