(1Cor 10,14-22; Sl 115[116]; Lc 6,43-49)
23ª Semana do Tempo Comum.
“Por que me chamais:
‘Senhor! Senhor!’, mas não fazeis o que eu digo?” Lc 6,46.
“Muitos têm a
estranha capacidade de departamentalizar suas vidas. Dentro do templo,
envolvidos por um clima emocional, sentem-se cheios de boas intenções, têm
remorsos pelos males que cometem e louvam a Deus, com emoção. Entretanto, ao
saírem da Igreja deixam lá uma parte de si. Consideram o mundo como que uma
selva, onde é lícito, para sobreviver e vencer, usar de todos os meios. Pensam
que não importa mentir, enganar para levar vantagem, explorar, ser indiferente
ao sofrimento alheio, porque ‘cada um cuida de si’, e assim por diante... É
paradoxal, incongruente, este tipo de comportamento. Bem próprio dos fariseus,
os únicos a quem Jesus condenou, chamando-os de ‘sepulcros caiados’. E
necessário refletirmos bastante sobre o assunto. São milhões e milhões de
cristãos no planeta e, cada dia mais, a vida se torna cruel e injusta, não pela
vontade divina, mas pela ação do próprio homem. Onde está o equilíbrio ou a
lógica disto? Como pode um mundo cheio de pessoas que se dizem cristãs ou
religiosas, de qualquer ordem, ser tão desumano, cheio de guerras, ódio,
angústia e terror? Alguma coisa não se encaixa. Algo está errado. E, se
fizermos um exame de consciência bem sincero, veremos que todo este quadro
terrível é o somatório de nossos erros e de nossas fraquezas pessoais. Ao invés
de clamarmos, para que outros o escutem: ‘Senhor, Senhor!’, procuremos seguir,
com humildade, o caminho de Jesus. Nele está a verdade e a vida e só através
dele chegaremos ao Pai. – Jesus amado, ensinai-nos a humildade de
reconhecermos os nossos erros e, com a vossa ajuda, aparar as arestas de nosso
espírito renascendo para uma vida mais plena e gloriosa. Amém” (Maria Luiza
Silveira Teles – Graças a Deus [1995] –
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite