Sexta, 18 de setembro de 2020

(1Cor 15,12-20; Sl 16[17]; Lc 8,1-3) 

24ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus andava por cidades e povoados, pregando e anunciando a Boa-nova do Reino de Deus.

Os doze iam com ele; e também algumas mulheres que haviam sido curadas de maus espíritos e doenças”

Lc 8,1-2a.

“O evangelho refere-se a algo inusitado no tempo de Jesus: mulheres acolhidas como discípulas e colaboradoras. O preconceito sofrido por elas criava-lhes inúmeras barreiras religiosas, marginalizando-as na participação do culto e dispensando-as do estudo e da prática da Lei. Os pais escolhiam mestres para os filhos, mas não para as filhas. Tais mestres estavam proibidos de estabelecer contato com as mulheres no trato público, pois eram consideradas seres de segunda categoria. Jesus superou as barreiras do preconceito e admitiu-as no grupo dos que o acompanhavam nas andanças missionárias. As elencadas na narrativa evangélica foram todas beneficiárias de sua misericórdia, libertas do que as impedia de caminhar de cabeça erguida, conscientes da própria dignidade. Uma vez livres dos espíritos maus e das doenças, estavam em condições de se colocar a serviço do Reino. E o fizeram pondo seus bens à disposição de Jesus e dos discípulos. Sem dúvida, eram mulheres ricas. Um claro sinal da libertação do mau espírito foi o desapego do dinheiro, agora, desabsolutizado. O Reino as polariza inteiramente. O gesto de Jesus deve inspirar o modo de proceder das comunidades cristãs. É persistente a tendência a marginalizar as mulheres e não lhes reconhecer a dignidade e o papel no grupo dos seguidores de Jesus. Se o Mestre as acolheu e valorizou, deixa-las de lado corresponde a agir na contramão de sua vontade. – Pai, que eu jamais me acomode com a posição secundária das mulheres na comunidade cristã, consciente do valor que teu Filho deu-lhes ao acolhê-las como colaboradoras (Jaldemir Vitório – Dia a dia nos passos de Jesus [Ano A] – Paulinas).

 

Santo do Dia:

São José de Cupertino, presbítero. A vida desse santo tem aspectos desconcertantes. Nasceu numa família muito pobre em Cupertino, na Púglia, em 1603, viveu os primeiros meses de vida em um estábulo porque o pai, endividado, teve de vender tudo. Tentou entrar para a ordem franciscana, mas foi rejeitado pela sua ignorância. Nem sua mãe o queria. Os frades menores de Grotella o acolheram, confiando-lhe os mais humildes serviços, como tomar conta de uma mula. Assim ele se autodefiniu como irmão burro, e mesmo assim queria estudar para padre. Em sua vida alguns fenômenos se fizeram presente, como a levitação e o êxtase, revelando-se uma santidade interior. Mesmo sem nenhum conhecimento teológico, tinha o dom da ciência interior e era consultado a respeito de questões delicadas de doutrina e exegese e dava respostas claras e sábias. A fama dos seus privilégios fez afluir a ele gente de toda parte e os seus superiores tinham que transferi-lo constantemente. José não expressava nenhum lamento sobre isso, apenas sentia falta da imagem de Nossa Senhora do seu convento em Grotella, cujo pensamento o levava ao êxtase. Morreu em Osimo, aos sessenta anos, em 1663.

 Pe. João Bosco Vieira Leite