(1Cor 15,12-20; Sl 16[17]; Lc 8,1-3)
24ª Semana do Tempo Comum.
“Jesus andava por
cidades e povoados, pregando e anunciando a Boa-nova do Reino de Deus.
Os doze iam com ele;
e também algumas mulheres que haviam sido curadas de maus espíritos e doenças”
Lc 8,1-2a.
“O evangelho
refere-se a algo inusitado no tempo de Jesus: mulheres acolhidas como
discípulas e colaboradoras. O preconceito sofrido por elas criava-lhes inúmeras
barreiras religiosas, marginalizando-as na participação do culto e
dispensando-as do estudo e da prática da Lei. Os pais escolhiam mestres para os
filhos, mas não para as filhas. Tais mestres estavam proibidos de estabelecer
contato com as mulheres no trato público, pois eram consideradas seres de
segunda categoria. Jesus superou as barreiras do preconceito e admitiu-as no
grupo dos que o acompanhavam nas andanças missionárias. As elencadas na
narrativa evangélica foram todas beneficiárias de sua misericórdia, libertas do
que as impedia de caminhar de cabeça erguida, conscientes da própria dignidade.
Uma vez livres dos espíritos maus e das doenças, estavam em condições de se
colocar a serviço do Reino. E o fizeram pondo seus bens à disposição de Jesus e
dos discípulos. Sem dúvida, eram mulheres ricas. Um claro sinal da libertação
do mau espírito foi o desapego do dinheiro, agora, desabsolutizado. O Reino as
polariza inteiramente. O gesto de Jesus deve inspirar o modo de proceder das
comunidades cristãs. É persistente a tendência a marginalizar as mulheres e não
lhes reconhecer a dignidade e o papel no grupo dos seguidores de Jesus. Se o
Mestre as acolheu e valorizou, deixa-las de lado corresponde a agir na
contramão de sua vontade. – Pai, que eu jamais me acomode com a posição
secundária das mulheres na comunidade cristã, consciente do valor que teu Filho
deu-lhes ao acolhê-las como colaboradoras” (Jaldemir
Vitório – Dia a dia nos passos de Jesus [Ano A] – Paulinas).
Santo do Dia:
São José de Cupertino, presbítero. A vida
desse santo tem aspectos desconcertantes. Nasceu numa família muito pobre em
Cupertino, na Púglia, em 1603, viveu os primeiros meses de vida em um estábulo
porque o pai, endividado, teve de vender tudo. Tentou entrar para a ordem
franciscana, mas foi rejeitado pela sua ignorância. Nem sua mãe o queria. Os
frades menores de Grotella o acolheram, confiando-lhe os mais humildes
serviços, como tomar conta de uma mula. Assim ele se autodefiniu como irmão
burro, e mesmo assim queria estudar para padre. Em sua vida alguns fenômenos se
fizeram presente, como a levitação e o êxtase, revelando-se uma santidade
interior. Mesmo sem nenhum conhecimento teológico, tinha o dom da ciência
interior e era consultado a respeito de questões delicadas de doutrina e
exegese e dava respostas claras e sábias. A fama dos seus privilégios fez
afluir a ele gente de toda parte e os seus superiores tinham que transferi-lo
constantemente. José não expressava nenhum lamento sobre isso, apenas sentia
falta da imagem de Nossa Senhora do seu convento em Grotella, cujo pensamento o
levava ao êxtase. Morreu em Osimo, aos sessenta anos, em 1663.
Pe.
João Bosco Vieira Leite