Sexta, 25 de setembro de 2020

(Ecl 3,1-11; Sl 143[144]; Lc 9,18-22) 

25ª Semana do Tempo Comum.

“E acrescentou: ‘O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes

e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia’” Lc 9,22.

“Jesus tinha consciência de que o sofrimento ‘era necessário’ na sua caminhada de servidor do Reino. A expressão deve ser bem entendida, evitando ser tomada num sentido contrário ao que o Mestre lhe deu. Não se tratava de uma fatalidade que se abateria sobre a vida dele, da qual seria impossível se livrar. Nem uma espécie de castigo, infligido por Deus, sem motivos aparentes. Nem, tampouco, um incidente sem ligação com seu testemunho de vida. Os desentendimentos com as autoridades religiosas acentuavam-se cada vez mais. Jesus estava seguro do caminho traçado pelo Pai e decidido a trilhá-lo até o fim, sem se deixar intimidar. A hostilidade dos inimigos jamais haveria de demovê-lo de sua obediência incondicional. Sendo assim, era possível antever o rumo dos acontecimentos. Pensar na conversão dos inimigos seria ingênuo. Fugir deles, nem pensar. A única solução seria enfrenta-los, mesmo devendo pagar com a vida. Jesus se dispunha a sofrer e sabia que isto era necessário, como exigência da sua fidelidade ao Pai. O sofrimento seria decorrência do testemunho de vida, nunca buscado por si mesmo. Ele se preparava inteiramente para isso, pois a vontade o Pai estava de tal modo arraigada em seu coração, que nenhuma força seria suficiente para torna-lo desobediente. Nem o sofrimento! – Pai, como teu Filho Jesus, quero ser obediente a ti, até o extremo, mesmo devendo sofrer por ser fiel a tua vontade (Jaldemir Vitório – Dia a dia nos passos de Jesus [Ano A] – Paulinas).

 

Santo do Dia:

S. Cléopas, discípulo de Jesus. Esse é um dos dois discípulos da estrada de Emaús, na tarde do domingo da Ressurreição narrado por Lucas. O historiador palestino Egesipo afirma que Cléopas é irmãos de são José e pai de Judas e de Simão, eleito, este último para suceder Tiago Menor, como bispo de Jerusalém. Fazendo os cálculos, podemos identificar no emocionado discípulo de Emaús, o Cléopas que João chama de marido da irmã de Nossa Senhora, aquela Maria de Cléopas, presente com outras piedosas mulheres no drama do calvário. Em Emaús, conforme uma antiga tradição, Cléopas, “testemunha da ressurreição”, foi trucidado por seus conterrâneos, intolerantes do seu zelo e da sua certeza de fé no Messias ressuscitado. São Jerônimo assegura que já no século IV sua casa tinha sido transformada em igreja. O Martirológio Romano inseriu seu nome na data de hoje e confirmou seu martírio acontecido pelas mãos dos judeus.   

 Pe. João Bosco Vieira Leite