(Ecl 3,1-11; Sl 143[144]; Lc 9,18-22)
25ª Semana do Tempo Comum.
“E acrescentou: ‘O
Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos
sacerdotes
e doutores da Lei,
deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia’” Lc 9,22.
“Jesus tinha
consciência de que o sofrimento ‘era necessário’ na sua caminhada de servidor
do Reino. A expressão deve ser bem entendida, evitando ser tomada num sentido
contrário ao que o Mestre lhe deu. Não se tratava de uma fatalidade que se
abateria sobre a vida dele, da qual seria impossível se livrar. Nem uma espécie
de castigo, infligido por Deus, sem motivos aparentes. Nem, tampouco, um
incidente sem ligação com seu testemunho de vida. Os desentendimentos com as
autoridades religiosas acentuavam-se cada vez mais. Jesus estava seguro do
caminho traçado pelo Pai e decidido a trilhá-lo até o fim, sem se deixar
intimidar. A hostilidade dos inimigos jamais haveria de demovê-lo de sua
obediência incondicional. Sendo assim, era possível antever o rumo dos
acontecimentos. Pensar na conversão dos inimigos seria ingênuo. Fugir deles,
nem pensar. A única solução seria enfrenta-los, mesmo devendo pagar com a vida.
Jesus se dispunha a sofrer e sabia que isto era necessário, como exigência da
sua fidelidade ao Pai. O sofrimento seria decorrência do testemunho de vida,
nunca buscado por si mesmo. Ele se preparava inteiramente para isso, pois a
vontade o Pai estava de tal modo arraigada em seu coração, que nenhuma força
seria suficiente para torna-lo desobediente. Nem o sofrimento! – Pai,
como teu Filho Jesus, quero ser obediente a ti, até o extremo, mesmo devendo
sofrer por ser fiel a tua vontade” (Jaldemir Vitório – Dia a
dia nos passos de Jesus [Ano A] – Paulinas).
Santo do Dia:
S. Cléopas, discípulo de
Jesus. Esse é um dos dois discípulos da estrada de Emaús, na tarde do domingo
da Ressurreição narrado por Lucas. O historiador palestino Egesipo afirma que
Cléopas é irmãos de são José e pai de Judas e de Simão, eleito, este último
para suceder Tiago Menor, como bispo de Jerusalém. Fazendo os cálculos, podemos
identificar no emocionado discípulo de Emaús, o Cléopas que João chama de
marido da irmã de Nossa Senhora, aquela Maria de Cléopas, presente com outras
piedosas mulheres no drama do calvário. Em Emaús, conforme uma antiga tradição,
Cléopas, “testemunha da ressurreição”, foi trucidado por seus conterrâneos,
intolerantes do seu zelo e da sua certeza de fé no Messias ressuscitado. São
Jerônimo assegura que já no século IV sua casa tinha sido transformada em
igreja. O Martirológio Romano inseriu seu nome na data de hoje e confirmou seu
martírio acontecido pelas mãos dos judeus.
Pe. João Bosco Vieira Leite