Terça, 21 de janeiro de 2020


(1Sm 16,1-13; Sl 88[89]; Mc 2,23-28) 
2ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus lhes disse: ‘Por acaso, nunca leste o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidades e tiveram fome? Como ele entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu os pães oferecidos a Deus e os deu também aos companheiros?
No entanto, só aos sacerdotes é permitido comer esses pães’” Mc 2,25-26.

“Jesus ainda parece estar com paciência com os fariseus e doutores da Lei, coisa que só virá a perder, bem mais tarde, quando derramará sobre eles seus sete ‘ais’. E, por isto, pacientemente, argumenta contra eles que reclamavam pelo fato de seus discípulos terem colhido espigas de trigo num sábado. Além de recrimina-los pela intolerância diante de pessoas famintas, afirma-se como senhor do sábado, isto é, faz-se Deus, a quem o sábado é consagrado. No fundo, o que interessava aos fariseus e seus asseclas era a intriga e não, propriamente, a observância do sábado. Por serem pequenos de coração e intolerantes de espírito, reclamavam dos outros as obediências absurdas, impondo-lhes obrigações que nem eles mesmos conseguiam observar. Por isto Jesus os enfrenta com argumentos que lhes eram próprios. Não diz: ‘Vocês deveriam ser mais amáveis com os outros’ ou ‘não sejam tão duros com as pessoas’, mas simplesmente lhes lembra o que o grande e inquestionado Rei Davi fizera, de forma ainda mais grave, comendo os pães da proposição e profanando, dentro da visão deles, o próprio Templo de Deus. Argumento por argumento, Cristo os vence, mas não é isto que Ele realmente quer. Deseja conquista-los para a Boa-Nova. Tê-lo-á conseguido? Sabemos, hoje, que não, porque o coração deles era mau e sua cerviz, dura. Talvez seria importante perguntar-nos, a nós que somos religiosos e tementes a Deus, como nos comportamos diante de nossos irmãos que não seguem as observâncias da nossa religião. Como agimos? Como fariseus intolerantes ou como Cristo, paciente e bondoso? – Senhor Deus, grande e bom, dai-nos um coração compreensivo e amigo às necessidades de nossos semelhantes. Que não os escandalizemos com nossas observâncias religiosas, mas os cativemos com nosso amor. Amém (Neylor J. Tonin – Graças a Deus [1995] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite