3º Domingo do Tempo Comum – Ano A


(Is 8,,23b--9,3; Sl 26[27]; 1Cor 1,10-13.17; Mt 4.12-23).

1. Estamos ao início da missão de Jesus e o evangelho nos traz algumas informações. Primeiro nos diz da morte de João Batista em seu compromisso com a verdade, com aquilo que é justo; este fato, mais que uma mera informação, aponta para o futuro do próprio Jesus em seu ministério.

2. Mateus nos diz que Jesus volta para a Galileia e cita o profeta Isaias, que ouvimos na 1ª leitura. Jesus é a luz que vai iluminar essa sombria região da Palestina que foi invadida em 732 pela assíria e para lá transferiu povos pagãos de outros credos e culturas, daí entendermos o preconceito para com essa região.

3. O fato de Jesus iniciar a sua pregação nessa região torna-se uma surpresa e também um escândalo os leitores, por isso Mateus tenta justificar e iluminar citando o profeta.

4. Jesus rompe a escuridão daquela região num convite à conversão. Deus mesmo toma a iniciativa de percorrer essas estradas e visitar esses que se encontram nas trevas, e é dessa alegria da inciativa divina que nos fala o profeta. Antes mesmo que nos interessemos por Ele, Ele vem a nós.

5. E para deixar ainda mais visível essa iniciativa divina, Mateus nos fala desse convite personalizado que faz a Simão e André, a Tiago e João, que deixam tudo de modo imediato para segui-lo. Um convite que parte da realidade imediata em que se encontram, do seu trabalho.

6. Talvez pudéssemos esperar que tal chamado se desse no Templo ou na sinagoga, ou mesmo depois que aprendêssemos alguma coisa especifica da fé. Deus nos chama a partir do nosso espaço existencial e partilha conosco a Sua vida.

7. O chamado é para o seguimento, desse colocar-se atrás, como a recordar que seremos sempre discípulos, só Ele é o Mestre. É importante que nos coloquemos a caminho com Ele, até o momento em que Ele mesmo nos enviar pelas as estradas da vida.

8. Continuando a nossa leitura da Carta aos Coríntios, Paulo nos lembra que independente de quem tenha nos introduzido na vivência da fé, seremos sempre discípulos de Jesus Cristo, pois nele não há divisão nem decepções do humano em sua fragilidade.

9. “Carl Gustav Jung, um dos pais da psicanálise, mandou esculpir sobre a porta da sua casa, em Kusnacht, na Suíça, esta frase: ‘Chamados ou não chamados, Deus está sempre presente’. Nunca se vai embora. Fica sempre por perto, à espera de nos abraçar” (D. António Couto – Quando Ele nos abres as Escrituras). 

Pe. João Bosco Vieira Leite