(1Jo 4,19—5,4; Sl 71[72]; Lc 4,14-22)
Semana da Epifania.
“E este é o
mandamento que dele recebemos: aquele que ama a Deus ame também o seu
irmão” 1Jo 4,21.
“Sigamos a lógica
joanina do amor: a nossa capacidade de amar depende do fato de que Deus nos
amou primeiro (1Jo 4,19); amar o próximo é a manifestação adequada do amor de
Deus em nós (1Jo 4,20-21): a fé e o amor levam a compreender como a nossa
origem profunda resida no nosso sermos gerados por Deus (1Jo 5,1-3); a fé,
iluminada e operosa, torna-se na vitória de Deus sobre o mundo (1Jo 5,4).
Podemos distinguir duas temáticas principais no trecho: a primeira diz respeito
ao mandamento do amor e é posta como conclusão de 1Jo 4,7-21 que trata do
porque é que quem é amado por Deus deve amar os irmãos; a segunda diz mais
respeito à fé e à confiança, expressão prática do nosso amor (1Jo 5,1-13). A
afirmação inicial (1Jo 4,19) acerca de Deus princípio e fonte do amor de cada
fiel é uma variante do tema até agora tratado. Reafirma que quem não cumpre o
amor de Deus amando os seus irmãos é réu de não-amor, se é que podemos
exprimir-nos assim. É que, não amando, interrompemos aquela corrente de vida
que, chegada até nós, não pede mais senão prosseguir o seu caminho. Ou seja,
uma promessa não cumprida e isto torna ‘mentiroso’ quem ostenta o seu amor para
com Deus. Numa argumentação final contra os dissidentes (1Jo 5,4), a Carta de
João une a obediência ao mandamento do amor à fé em Jesus, enquanto Filho, e à
convicção de que a morte de Jesus pelos pecados obtém a vida eterna. Por isso,
no final é dito que a nossa fé operosa é a vitória de Deus sobre o mundo” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado [Advento – Natal] – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite