Quinta, 9 de janeiro de 2020


(1Jo 4,19—5,4; Sl 71[72]; Lc 4,14-22) 
Semana da Epifania.

“E este é o mandamento que dele recebemos: aquele que ama a Deus ame também o seu irmão” 1Jo 4,21.

“Sigamos a lógica joanina do amor: a nossa capacidade de amar depende do fato de que Deus nos amou primeiro (1Jo 4,19); amar o próximo é a manifestação adequada do amor de Deus em nós (1Jo 4,20-21): a fé e o amor levam a compreender como a nossa origem profunda resida no nosso sermos gerados por Deus (1Jo 5,1-3); a fé, iluminada e operosa, torna-se na vitória de Deus sobre o mundo (1Jo 5,4). Podemos distinguir duas temáticas principais no trecho: a primeira diz respeito ao mandamento do amor e é posta como conclusão de 1Jo 4,7-21 que trata do porque é que quem é amado por Deus deve amar os irmãos; a segunda diz mais respeito à fé e à confiança, expressão prática do nosso amor (1Jo 5,1-13). A afirmação inicial (1Jo 4,19) acerca de Deus princípio e fonte do amor de cada fiel é uma variante do tema até agora tratado. Reafirma que quem não cumpre o amor de Deus amando os seus irmãos é réu de não-amor, se é que podemos exprimir-nos assim. É que, não amando, interrompemos aquela corrente de vida que, chegada até nós, não pede mais senão prosseguir o seu caminho. Ou seja, uma promessa não cumprida e isto torna ‘mentiroso’ quem ostenta o seu amor para com Deus. Numa argumentação final contra os dissidentes (1Jo 5,4), a Carta de João une a obediência ao mandamento do amor à fé em Jesus, enquanto Filho, e à convicção de que a morte de Jesus pelos pecados obtém a vida eterna. Por isso, no final é dito que a nossa fé operosa é a vitória de Deus sobre o mundo” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Advento – Natal] – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite