Quinta, 02 de janeiro de 2020


(1Jo 2,22-28; Sl 97[98]; Jo 1,19-28) 
Tempo do Natal.

“... e que vem depois de mim. Eu não mereço desamarrar a correia de suas sandálias” Jo 1,27.

“João Batista, no seu encontro com Jesus no Rio Jordão, dá seu testemunho profético de que a Palavra encarnada é maior do que ele. Esse texto expressa o encontro da profecia com a realidade da Palavra concretizada numa pessoa, Jesus de Nazaré. Se em João Batista se encontrava a Palavra de Deus anunciada e escutada, em Jesus se dá a manifestação plena da Palavra humanizada. O texto referido (cf. Jo 1,19-28) expressa a autoridade de João Batista, mas simultaneamente fala-nos da humildade do mesmo em admitir que não é o Messias. O testemunho de João, o Batizador, já nos abre para a expectativa da acolhida daquele que aparecerá em breve. Se João Batista é o profeta, Jesus é a profecia viva. Vem não só para falar, mas no contexto desse capítulo ele é a Palavra viva pela qual João Batista viveu e agora está prestes a sair de cena. Nesse encontro acontece o que todos os profetas desejaram: contemplar a realização de suas profecias. João Batista não conhece Jesus, mas sabe que sua chegada se aproxima. E, portanto, já prepara o povo para uma nova missão que em breve se iniciará. Missão essa que não será mais sua, mas que foi preparada por ele. Nessas palavras proféticas de João encontramos umas das mais belas expressões de humildade. João, o Batista, não pretende ficar páreo com Jesus e nem cogita ‘montar agência’ de profecia juntamente com o Messias. Como seria bom entendermos a nossa hora de sairmos de cena para que os outros cresçam! – Ó Pai, que não nos concentremos em nossos espelhos existenciais, mas tenhamos a coragem de valorizar as virtudes dos outros. Amém! (Gilberto Orácio Aguiar – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite