Sexta, 10 de janeiro de 2020


(1Jo 5,5-13; Sl 147[147B] Lc 5,12-16) 
Semana da Epifania.

“Este é o que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo. (Não veio somente com a água, mas com a água e o sangue). E o Espírito é que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade” 1Jo 5,6.

“O Evangelho de João habituou-nos a afirmações extraordinárias da fé cristã: esta é posse atual da vida eterna (Jo 3,36), é obra de Deus Pai (Jo 6,29), na primeira leitura de hoje a fé em Cristo é definhada como vitória sobre o mundo, porque vê em Jesus histórico uma origem divina, testemunhada pela água do Batismo e pelo sangue do sacrifício; o sentido destes momentos salvíficos é-nos revelado pelo Espírito, de modo que se pode dizer que é a origem divina de Jesus se fundamentam num tríplice testemunho do espírito, da água e do sangue (vv. 6-8). É depois retomado o conceito da fé como posse da vida eterna, com esclarecimentos que podem ser critérios de discernimento sobre a verdade da nossa existência, mas também espelho da imanência de Cristo em nós. A comunicação da vida divina pertence ao Filho, não a profetas ou a outros personagens secundários. E a experiência cristã e mística consiste em abandonarmo-nos sem reservas à vida que nos foi dada em nome do Filho (vv. 9-12). ‘Quem não acredita em Deus considera-O um mentiroso’ (1Jo 5,10): noutra passagem da Carta este epíteto é dirigido a quem não mostra como autêntico o amor a Deus, não se abrindo ao amor pelos irmãos (1Jo 4,20): aqui é considerado uma blasfêmia e um perjúrio. Faz-se de Deus um mentiroso quando não se aceitam os testemunhos divinos, baseados sobre as afirmações de João Batista, das Escrituras, das obras que o Pai faz cumprir ao seu Filho (Jo 5,31-40; 8,14-19). Quem, pelo contrário, as aceita, ‘tem em si mesmo esse testemunho’ que introduz na experiência da vida dada pelo Filho” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Advento – Natal] – Paulus).

Pe. João Bosco Viera Leite