Quarta, 8 de janeiro de 2020


(1Jo 4,11-18; Sl 71[72]; Mc 6,45-52) 
Semana da Epifania.

“Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco
e seu amor é plenamente realizado entre nós” 1Jo 4,12.

“O amor de Deus não pode ser explicado por raciocínios filosóficos, mas sim e só pelo Filho que vem das próprias profundezas do Pai e se insere na nossa carne para tirar nossos pecados e dar-nos a sua vida (1Jo 4,7-12); nós conhecemos este amor por meio do Espírito, que nos conduz ao conhecimento do Pai e do Filho (1Jo 3,13-16a); este Espírito leva à perfeição o amor de Deus em nós: não o deixa como uma potencialidade não expressa, mas condu-lo a tornar-se realidade atualizada (1Jo 4,17-18). Os versículos 11 e 12 concluem a argumentação sobre Jesus revelador do amor do Pai (1Jo 4,7-12) e tiram daí as consequências, segundo a lógica de João, para o comportamento dos cristãos: se Deus nos amou assim, também nós devemos amar. Esta é a consequência que esperaríamos da premissa: uma resposta de amor a Deus. Pelo contrário, a verdadeira reação ao amor de Deus é a de levar em frente o fluxo de vida e fervor constituído pela inciativa de Deus e fazê-lo chegar aos irmãos; não contentar-se em ser espelho refletor, mas oferecer-se para ser canal e instrumento de transmissão; assim o amor de Deus torna-se perfeito porque levará Deus a ser tudo em todos (1Cor 15,28). O critério para comprovar a experiência está exposto nos versículos 13-16a: se permanecermos no amor, Deus permanece em nós e nós n’Ele, e a verificação dessa habitação de Deus em nós é dada pelo dom do Espírito. O Espírito, que já em 1Jo 4,1-6 é associado ao discernimento a que são submetidas as aspirações, aparece agora indicado como a última garantia da veracidade e a grandeza do ato de fé: todos os que são conduzidos pelo Espírito acreditam no amor de Deus em Cristo Jesus Nosso Senhor (v. 16; Rm 8,39). Um aspecto particular da perfeição do amor é a confiança no encontro definitivo com Cristo (vv. 17-18). Não só porque a perfeição do amor expulsa o temor, mas também porque retoma a afirmação segundo a qual o amor divino é perfeito no conjunto da comunidade crente” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Advento – Natal] – Paulus).

 Pe. João Bosco Vieira Leite